06/07/2023
Cristina Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)
A parceria que permitiu a fabricação da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 pela Fiocruz tem agora a chance de ser ampliada no enfrentamento a outras doenças. Na manhã desta quarta-feira (5/7), a Fundação e a AstraZeneca assinaram um Memorando de Entendimento (MdE) para discutir a formação de colaborações em outras áreas de inovação em saúde, incluindo oncologia e doenças raras..
Fiocruz e AstraZeneca assinaram um Memorando de Entendimento (MdE) para discutir a formação de colaborações (foto: Peter Ilicciev)
Diante do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, e do vice-presidente executivo da AstraZeneca Região Internacional, Leon Wang, o documento foi assinado pelo diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Mauricio Zuma; pelo diretor presidente da AstraZeneca Brasil, Olavo Correa; e pelo gerente geral da AstraZeneca Investiment (China), Michael Ming Long, na Biblioteca de Obras Raras, no Castelo Mourisco, no Rio de Janeiro.
“Hoje iniciamos um novo tempo em nossa relação”, disse Krieger. “Começamos com um projeto muito impressionante. Aprendemos muito com o acordo de transferência tecnológica, e nossas equipes trabalharam de uma forma muito especial. Acho que o próximo passo é trabalhar não apenas na parte de transferência tecnológica, mas tentar ter um processo de inovação”, disse Krieger, acompanhado por outros integrantes da Fiocruz, como o assessor especial da Presidência, Rodrigo de Oliveira, e o coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel. Além dos representantes da AstraZeneca, como o diretor executivo de Relações Corporativas, Regulatório e Diagnóstico Brasil, Jorge Mazzei, estava ainda a vice-diretora de Comércio da Embaixada do Reino Unido, Helena Crowther.
“Hoje iniciamos um novo tempo em nossa relação”, disse Krieger (foto: Peter Iliciev)
Em sua primeira visita à Fiocruz, o chinês Leon Wang lembrou que é preciso estar preparado para uma próxima pandemia e que há muitas áreas que podem ser exploradas conjuntamente. “O Brasil é um país muito especial”, disse. “Há muita inovação aqui no combate às doenças, e a Fiocruz desempenha um papel crítico ajudando ao governo brasileiro atacar problemas de saúde. Não acredito que a vacina seja o nosso último projeto. Vamos continuar buscando áreas”. A AstraZeneca Região Internacional cobre Ásia, Austrália, Nova Zelândia, Oriente Médio, África, Rússia/Eurásia e América Latina. O grupo visitou o Complexo Tecnológico de Vacinas, em Bio-Manguinhos, e a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19.
Wang não veio sozinho. Ele convidou empresários de dez companhias chinesas para visitarem a Fiocruz no período da tarde, quando um outro Memorando de Entendimento foi assinado, desta vez com a Ceibs Association of Healthcare Alumni (CAHA). Essa entidade é integrada por ex-alunos da China Europe International School (Ceibs) e visa promover o desenvolvimento sustentável em saúde. A Ceibs, por sua vez, é uma escola de negócios que surgiu a partir da colaboração entre o governo chinês e a União Europeia. Hoje, seus ex-alunos estão em postos chaves de empresas.
Pelo MdE, a Fiocruz e a CAHA manifestam interesse em discutir e trocar conhecimentos visando a formação de parcerias no desenvolvimento farmacêutico e na inovação em ciências da vida. O termo foi assinado por Zuma e pelo vice-presidente da CAHA, Huimin Gong, diante do cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min; de integrantes da Fiocruz, principalmente de Bio-Manguinhos e Farmanguinhos; e representantes de empresas de biotecnologia, vacinas e diagnósticos da China. Em seguida, numa reunião liderada por Zuma e pelo vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico, Sotiris Missailidis, cada companhia expôs suas atividades e interesses, trocando ideias com membros da Fundação.
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