01/07/2021
A Fiocruz mais uma vez inova ao assinar cooperação técnica e científica para desenvolver no Brasil o Banho de Floresta, ou shinrin-yoku, uma prática integrativa e complementar reconhecida no Japão desde os anos 80, com adeptos em vários países, que traz benefícios como a redução do estresse e a melhora da saúde física e mental.
Por meio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), o acordo foi assinado com o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE), que desenvolverá o projeto. O documento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) do dia 2 de junho de 2021.
A cooperação tem por objetivo estimular a aproximação das pessoas às áreas naturais no sentido de experimentarem os efeitos positivos à saúde e, ainda, contribuir para a conservação da natureza e a geração de benefícios socioeconômicos aos atores locais.
O plano de trabalho do projeto prevê atividades para a sistematização e implementação do Banho de Floresta em áreas naturais dos biomas brasileiros e outras de interesse para a prática. O projeto apresenta várias etapas a serem desenvolvidas no prazo de cinco anos, entre elas, a definição de diretrizes e protocolos para a realização da vivência, a capacitação de facilitadores, a elaboração de diretrizes para a certificação das áreas naturais e a realização de seminário para apresentação dos resultados obtidos.
A iniciativa será muito importante para o período pós-pandemia da Covid-19, considerando o contexto da população fortemente afetada pelo prolongado confinamento, que, certamente apresentará uma grande demanda por espaços abertos e áreas naturais, estabelecendo diálogo com o Sistema Único de Saúde (SUS) e demais políticas públicas.
Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, não é de hoje que a Fiocruz considera fundamental as relações entre a saúde e o meio ambiente. Desde a Rio 92 - Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente - a Fiocruz intensificou a agenda ambiental e tem realizado várias ações relacionadas a saúde, ambiente e sustentabilidade.
Os impactos ambientais têm interferido na saúde do planeta e a pandemia do coronavírus revela muito sobre a relação entre as ações da sociedade e suas consequências, diz a presidente, e complementa: “A saúde humana está vinculada à saúde do planeta e não podemos separá-las. As mudanças climáticas, a progressiva urbanização, a degradação ambiental e a poluição afetam não só a biodiversidade, mas também a saúde das pessoas”.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE), Marco Aurélio Bilibio, a assinatura da cooperação representa um grande passo no diz respeito às pesquisas sobre a temática. “É uma enorme satisfação para o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia firmar essa parceria com a Fiocruz, para pesquisas na área de saúde e natureza. Com a grandeza de sua história e a partir da excelência que marca o trabalho da Fiocruz no país, será possível avançar no conhecimento de áreas sensíveis que interconectam a saúde humana e a preservação ambiental”, ressalta Bilibio.
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