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Evento na Ensp abordou metodologias de pesquisa e divulgação de resultados


04/09/2014

Fonte: Informe Ensp

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Metodologias quantitativa e qualitativa, seus usos, desafios e contribuições foram o foco do Centro de Estudos da Ensp Miguel Murat realizado na Escola. O encontro, intitulado Metodologias qualitativas e abordagens participativas em Saúde, reuniu pesquisadores da Ensp/Fiocruz e uma convidada internacional, a diretora da Unidade de Saúde Pública Internacional e Bioestatística do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade de Nova Lisboa, em Portugal, Sónia Diaz. Durante o evento, a pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais (DCS/Ensp) e coordenadora da mesa, Regina Bodstein contou que a vinda de Sónia à Ensp pontua o início de uma articulação de cooperação que visa construir e desenvolver uma proposta de ensino de metodologia qualitativa em diversas modalidades e estratégias. 

Iniciando as apresentações, Regina Bodstein, abordou a metodologia qualitativa e falou sobre a articulação necessária, conflituosa e tênue entre o quantitativo e o qualitativo. De acordo com ela, é preciso recuperar este espaço de discussão das metodologias qualitativas. “Percebo um reconhecimento da contribuição que a pesquisa qualitativa pode trazer para a nossa área de saúde. Porém, ao mesmo tempo, há uma demanda muito grande de disciplinas e conteúdo nesse campo, e uma fragilidade na oferta de disciplinas e discussões que considerem estes enfoques”.  

Além de Sónia e Regina, a mesa de discussão também contou com a presença do pesquisador da Ensp Willer Marcondes, que fez um retrospecto sobre um trabalho que buscava renovar a discussão de metodologia de pesquisa social em saúde. “Percebi ao longo dos anos que fazemos uma produção de dados na qual os métodos e técnicas de pesquisa social geram a possibilidade de uma interação social com fins de pesquisa. É importante dizer que não inventamos os dados, no entanto, vale salientar que todo o dado é produzido por meio de uma interação de pesquisa em que métodos e técnicas são mediadores”, detalhou Willer.  

Outro aspecto abordado pelo pesquisador foi a má reflexão da metodologia de pesquisa. “Se apenas aplicarmos os métodos e produzirmos muitos dados, mas não conseguimos analisá-los e dar retorno à sociedade sobre os nossos trabalhos de campo, estaremos criando uma fadiga de campo, ou seja, vamos começar a perceber cada vez mais a dificuldade de entrar em campo e de obter entrevistas”.

Em sua apresentação, Sónia Dias apresentou sua visão sobre o que é a investigação participativa e falou sobre o contexto brasileiro dessa investigação. A pesquisadora também questionou os caminhos da pesquisa em saúde: “Qual o problema da nossa investigação em saúde para que haja tão pouco impacto no que se refere à produção do conhecimento?”. 

Sónia afirmou defender sempre o conhecimento. “Busco a melhor abordagem metodológica para alcança-lo, seja ela qual for. Devemos pensar em como desenhar e planejar uma pesquisa que, por um lado, produza conhecimentos e, por outro, seja de fato importante para a melhoria da saúde das pessoas independente da abordagem metodológica utilizada. Esse é um grande desafio”, assegurou Sónia afirmando que divulgar os conhecimentos produzidos é uma obrigação do pesquisador. De acordo com ela, quanto mais divulgarmos, maior será o número de pessoas com acesso ao conhecimento produzido.

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