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Encontro em Petrópolis promove diálogo com comunidades sobre ações de saúde e agroecologia


27/10/2023

Aline Rickly (Fórum Itaboraí) e Angélica Almeida (Agroecologia/VPAAPS)

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Atividade de avaliação do projeto Ará reuniu 60 pessoas no Fórum Itaboraí, programa da presidência da Fiocruz em Petrópolis 

O Palácio Itaboraí, em Petrópolis, recebeu a terceira edição do encontro de imersão do comitê gestor do projeto Ará na quarta-feira (4). Ao todo, 60 pessoas participaram do evento. Por meio de uma escuta ativa, o encontro teve como objetivo fazer uma avaliação dos avanços e desafios do componente do projeto sediado no Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde. O projeto aplica tecnologia social com o objetivo de promover a saúde, apoiar a geração de trabalho e renda, estimular a organização comunitária e combater à fome de famílias quilombolas e agricultoras em três áreas do Município de Petrópolis e uma em Areal, todas no Estado do Rio de Janeiro. 


Foto: Luiz Pistone (PIT)

Além dos representantes do Fórum Itaboraí, a imersão contou com a participação de moradoras e moradores de Brejal e Bonfim e dos Quilombos Boa Esperança e Tapera; da Vice-Presidência de Atenção e Ambiente e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz; do Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS/ FCT); da Fiocruz Mata Atlântica (FMA); da Embrapa, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), da Associação de Agricultores Biológicos do Estado Rio Janeiro (ABIO), da rede agroecológica Bonfim Mais Verde e do Comitê da Bacia do Rio Piabanha.

Durante o encontro, houve uma dinâmica de trabalho de avaliação das ações executadas com base em quatro eixos temáticos: soberania e segurança alimentar e nutricional; saúde das pessoas e dos territórios; construção social de mercados; e construção do conhecimento.  


Foto: Luiz Pistone (PIT)

Diretor do Fórum Itaboraí, Felix Rosenberg conduziu o eixo sobre saúde das pessoas e dos territórios e destacou que saúde é muito mais que a ausência de doenças; é o bem-estar físico, emocional e social. “Saúde é a gente se sentir bem, estar de bem com a vida. Em suma, saúde deve ser sinônimo de felicidade individual e social”, destacou. 

Entre os principais avanços do projeto Ará foram pontuadas questões como as ações de saneamento no Boa Esperança, incluindo a doação de filtros que, segundo os moradores, contribuiu para a redução de doenças gastrointestinais e para a vida com mais dignidade. 


Foto: Luiz Pistone (PIT)

“Felicidade é que a água chegue à minha casa sem que minha mãe tenha que subir um morro enorme para poder plantar; a gente ter uma cisterna. Felicidade é ter um pomar na minha casa. Saber que as crianças podem andar no quintal e pegar uma fruta. Não precisar mais abrir geladeira para beber água, porque dentro da minha casa eu tenho um filtro.” relatou a moradora Mislene Moura Barbosa, do Quilombo Boa Esperança.
Além de contribuir para a efetivação do direito humano à água limpa e segura, o acesso a este bem natural fortaleceu outras ações, como a implantação dos quintais produtivos, com resgate de plantas medicinais, e dos galinheiros. Além disso, foram citadas as doações de cestas no Bonfim, que incentivam a alimentação saudável e adequada, ao mesmo tempo em que se gera renda local e estimula a produção agroecológica das famílias. 

Com relação aos desafios, a questão latente no Boa Esperança foi a necessidade de melhoria da qualidade da água. No Tapera, a de titulação da terra. Nos dois quilombos foram levantados os interesses na construção de um turismo de base comunitária. No Bonfim, moradores mencionaram a necessidade de conscientizar ainda mais a população sobre a importância do alimento agroecológico. No Brejal, foi mencionada a proposta de criação do circuito curto, iniciativa que pretende aproximar agricultoras e agricultores da comunidade inscrita no CAD-único da Posse, atuando diretamente no combate à fome. 

A avaliação dos eixos temáticos contemplou articulações políticas territoriais, a tecnologia social implementada, a participação de mulheres, juventudes e povos e comunidades tradicionais, além do legado deixado para as comunidades e os desafios em curso. 


Foto: Angélica Almeida (AgroecologiaVPAAPS)

Durante o encontro, foram coletados subsídios para a escrita de uma publicação final do projeto. A expectativa é de que as discussões contribuam para a elaboração conjunta de um programa institucional da Fiocruz que considere as relações entre agroecologia e saúde.

“Este rico processo de escuta iniciado na Zona Oeste do RJ, seguido da Serra da Bocaina e, agora, Petrópolis, nos permite olhar, em profundidade, para os aprendizados do projeto Ará e vislumbrar ações futuras que contribuam para a promoção de territórios cada vez mais sustentáveis e saudáveis, com ampla participação das comunidades envolvidas”, avalia Marcelle Felippe, da Agenda de Saúde e Agroecologia da VPAAPS.

 
 

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