Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Debate sobre o SUS marca 19º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde


09/07/2013

Por Marina Lemle

Compartilhar:

O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) comemora em 2013 seus 25 anos de existência com participação recorde em seu congresso anual: 4,7 mil inscritos, sendo 1,7 mil secretários municipais. Na abertura do 19º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizada na noite de domingo (7/7), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância de se poder fazer um debate decisivo sobre o SUS neste momento histórico que Brasil está vivendo, em que o povo vai às ruas dizer o que quer.

"O povo na rua muda a agenda política do país. As ruas mostraram preocupação com a qualidade do serviço público, e a saúde apareceu como tema forte. A população quer qualidade e humanização. Hoje 52% ascenderam à classe C, que é a classe média. Esse segmento ainda não encontrou no SUS o que devemos dar. De cada dez brasileiros, quatro entraram nos planos de saúde, aumentando os usuários de 30 milhões para 50 milhões. Essas pessoas tinham uma expectativa de qualidade mas não encontraram, e para as classe A e B, que tinham acesso a planos com certa qualidade e que só entravam no SUS quando precisavam, houve uma sensação de piora. É preciso aproveitar o momento de pressão da sociedade para dar um salto na consolidação do SUS em termos de direitos, cidadania, qualidade e de como financiar o sistema para que dê conta da demanda", disse.

O ministro priorizou quatro desafios estratégicos: aumentar o financiamento em pelo menos mais 44 bilhões de reais no orçamento para chegar, por exemplo, nos níveis do Chile e da Argentina; profissionalizar a gestão e implantar modelos administrativos mais ágeis; estimular a inovação tecnológica com a produção de medicamentos, insumos e vacinas e fortalecer a base tecnológica nacional através de instituições como a Fiocruz e o Butantan; e formar mais profissionais de saúde, aumentando o número de escolas, principalmente no interior e nas periferias.

Presente ao evento e citado pelo ministro em seu discurso, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, reforça a importância da inovação e da configuração do complexo econômico da saúde para dar sustentação às demandas e à sustentabilidade do SUS de forma que atenda a todos. "É preciso constituir uma base produtiva nacional que evite a dependência externa e também ter capacidade de pesquisa e desenvolvimento no país para superar o modelo de importação de tecnologias modernas. O papel de protagonismo do Ministério da Saúde como autoridade sanitária é fundamental para definir um portifolio de demandas para o Brasil junto com parceiros federativos e da iniciativa privada. As mudanças regulatórias conquistadas permitiram ter incentivos mais fortes para o processo de inovação, tendo o estado como garantidor de compra e distribuição. E a Fiocruz, por ser um órgão do Ministério da Saúde com grande capacidade inovativa acumulada em toda a sua cadeia, desde a pesquisa básica até a produção de vacinas, medicamentos e insumos, é estratégica para responder as demandas do SUS e para a formulação de programas de base produtiva de inovação. Destaca-se ainda o esforço de cooperação com convênios com o Conasems, o Conass e o Conselho Nacional de Saúde, já que a visão da Fiocruz é a de direcionar suas atividades por quem de fato sabe quais são as demandas do SUS", afirmou.

Leia a reportagem na íntegra Agência Fiocruz de Notícias.

Voltar ao topoVoltar