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Curitiba vai ter treinamento em ameaças biológicas, no fim de outubro


13/10/2014

Por Marina Lemle/ Agência Fiocruz de Notícias

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Num mundo globalizado, ameaças de bioterrorismo e de surtos de doenças transmissíveis colocam todos os países em alerta, inclusive o Brasil, principalmente em tempos de grandes eventos de massa, quando a circulação de pessoas aumenta consideravelmente. Por isso, o país está buscando melhorar a sua capacidade de enfrentamento de situações de crise e a Fiocruz, como instituição de referência do Ministério da Saúde, assumiu um papel importante de formação de pessoal qualificado.

Diversas unidades da Fiocruz contribuíram com suas expertises específicas na preparação para grandes eventos como os Jogos Militares, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, além de permanecerem em alerta para eventuais situações dentro das suas competências. De olho nas Olimpíadas, os treinamentos prosseguem. O próximo será em Curitiba, nos dias 20 de outubro e 10 de novembro, quando a coordenadora do Núcleo de Biossegurança da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fiocruz, Telma Abdalla de Oliveira Cardoso, capacitará profissionais de saúde e de segurança em ameaças biológicas.

A capacitação enfoca a importância do estabelecimento de medidas de prevenção, avaliação de risco e de resposta relacionadas a agentes biológicos que representem ameaça à saúde pública no Brasil, seja por causas naturais ou provocados pela atividade humana de forma acidental ou deliberada (bioterrorismo). Entre dezembro de 2013 e maio de 2014, a Fiocruz treinou 1.493 profissionais das áreas de saúde e segurança nacional em 11 das 12 cidades-sede da Copa do Mundo da Fifa, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos e subsidiá-los para o atendimento e a resposta caso as ameaças se concretizassem. “É essencial o preparo do sistema de saúde brasileiro para o enfrentamento de diversas situações, como, por exemplo, a contaminação voluntária de suprimentos alimentícios e de água potável ou o surto de uma nova doença infecciosa”, afirma.

Atuação coordenada

Foram treinados agentes da Força Nacional do SUS, profissionais de vigilância em saúde (sanitária, epidemiológica e ambiental), profissionais voltados para a promoção da saúde e profissionais de assistência médica (dos laboratórios de saúde pública, dos hospitais de referência dos estados e municípios e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Samu) e, em aguns estados, profissionais do Ministério da Defesa (principalmente do Exército), da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

Telma explica que certos eventos de massa, por gerarem concentração ou fluxo excepcional de pessoas de origem nacional e internacional, podem exigir a atuação coordenada de órgãos de saúde pública da gestão municipal, estadual e federal para o fornecimento de serviços especiais de saúde, públicos ou privados, baseados na avaliação das ameaças, das vulnerabilidades e dos riscos à saúde pública. “A pressão pela oferta de serviços assistenciais locais no período de realização dos eventos de massa torna necessária a elaboração de uma série de documentos, como planos de emergência e de contingência, protocolos e procedimentos operacionais padrão, além do preparo dos profissionais que estarão envolvidos no atendimento à população atingida. Estas ações envolvem a preparação e a resposta coordenada entre as três esferas de gestão do SUS”, pontua.

Telma ressalta que a importância do treinamento suplanta a questão dos grandes eventos. “A detecção precoce e controle das consequências depende da solidez e flexibilidade do sistema de saúde pública nos seus níveis local, distrital, regional e central. Os profissionais de saúde devem estar informados e vigilantes porque, muito provavelmente, serão os primeiros a identificar, tratar e controlar as situações emergenciais de saúde”, afirma.

Segundo a especialista, é necessária a capacitação dos profissionais para a identificação precoce dos sintomas, as vulnerabilidades sociais e ambientais e a susceptibilidade para cada doença, a fim de prestar esclarecimentos à população em geral sobre sintomas e medidas de controle. Para Telma, a divulgação de informações sobre doenças infecciosas, biossegurança e segurança biológica promove não apenas a proteção dos profissionais envolvidos como também ajuda a conter a propagação de doenças e a contaminação ambiental.

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