CTSA propõe criação de grupo de trabalho para o clima, saúde e cidadania

Foto: Gutemberg Washington

A Câmara Técnica de Saúde e Ambiente (CTSA/Fiocruz), coordenada pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), reuniu na sexta-feira (17) seus integrantes para discutir as alterações do clima em relação à biodiversidade e poluição, além dos desafios para a Fiocruz na perspectiva da Vigilância em Saúde e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O principal encaminhamento foi a criação do Grupo de Trabalho (GT) para o clima, saúde e cidadania.

De acordo com o vice-presidente da VPAAPS, Hermano Castro, cada vez mais a Fiocruz tem sido acionada devido às questões climáticas e sanitárias e, segundo ele, o GT poderá contribuir com essas demandas.

“A CTSA tem uma composição bem ampla de pesquisadores. Temos pessoas, por exemplo, trabalhando com os povos indígenas, comunidades quilombolas, Atenção Primária, Promoção da Saúde, Saúde do Trabalhador. Será um GT potente e que dialogará com a Câmara Técnica, Presidência e VPAAPS”, ressaltou Hermano ao propor uma convocatória para identificar os integrantes do GT.

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Para formalizar o GT, um Termo de Referência (TR) será elaborado pelos integrantes da CTSA e encaminhado para a Presidência da Fiocruz. A ideia é apresentar o documento para os membros do Conselho Deliberativo (CD/Fiocruz), na última reunião do ano que acontecerá em dezembro.

De acordo com Guilherme Franco Netto, coordenador de Ambiente da VPAAPS, o TR deverá indicar a necessidade de formação dos profissionais de saúde em curto prazo e em grande escala, a mobilização de base comunitária e o acesso à dados e informações.

O coordenador também sugeriu a elaboração pela CTSA de uma nota técnica contundente relacionada às mudanças climáticas.  “O documento deverá trazer um conjunto de questões que consideramos factíveis de serem realizadas e de possíveis construções à curto prazo”, completou.

Cristovam Barcellos, coordenador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, enfatizou a  necessidade do fortalecimento da comunicação de risco e defendeu mais recursos para as pesquisas científicas.

“Além do que ocorre fisicamente no Planeta, precisamos saber o que ocorre também socialmente e biologicamente. Existe um processo que é global de enfrentamento às mudanças climáticas, mas precisamos de modelos regionais. Por exemplo, as doenças infecciosas relacionadas à água têm impactos diferentes no Brasil. Precisamos entender o que está acontecendo em cada região.”, destacou.

Foto: Gutemberg Washington

A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Sandra Hacon, propôs a construção de um estudo que permita a produção de conhecimento acerca da mudança do clima. Ela também ressaltou a dificuldade de acesso aos bancos de dados. “Não é a falta de dados, e sim a não distribuição e abertura de dados para que todos possam usar. Tem muita gente produzindo dados, mas é absurdo que tenhamos que pagar para ter acesso a esses dados”, pontuou.

Os integrantes da CTSA também propuseram um treinamento de curto prazo e em larga escala pela Fiocruz para os profissionais do SUS; a construção de metodologias que possam de maneira mais hábil permitir análises mais amplas sobre a saúde e as mudanças do clima; realização de um evento, antes da COP-30, abordando as mudanças climáticas; apoio da Fiocruz à Vigilância Comunitária, pois as comunidades vulneráveis são as mais impactadas com as alterações climáticas; entre outras.

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​​​​​​​Foto: Gutemberg Washington

A reunião foi realizada de forma híbrida no auditório do Centro de Documentação e História da Saúde e reuniu integrantes de várias unidades da Fiocruz. A reunião tinha previsão para terminar no final da tarde, mas devido a queda de energia elétrica a dinâmica da Câmara técnica teve que ser ajustada, o que ocasionou antecipação do fim do expediente às 13 horas.CTSA propõe criação de grupo de trabalho para o clima, saúde e cidadania