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Conheça os principais cuidados que as crianças precisam ter durante o período de verão

Crianças com óculos escuros mergulhando na piscina

01/03/2023

Erika Drumond (Portal Fiocruz)

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O verão está aí e é preciso ter muito cuidado com as crianças, já que a exposição excessiva ao sol pode trazer complicações à saúde dos pequenos, como queimaduras, desidratação e problemas gastrointestinais. Por isso, a recomendação médica é de atenção especial diante de temperaturas tão elevadas e de tanto calor. As dicas mais importantes são não esquecer das medidas fotoprotetivas e manter a hidratação corretamente, além da alimentação equilibrada e variada.

“As crianças podem ter até 75% de água na composição do seu corpo. Por isso, é muito importante que os pais e responsáveis não se esqueçam de oferecer maior quantidade de líquidos para elas, principalmente durante o verão. Nossa recomendação é que uma criança de 2 a 3 anos deve ingerir 1 litro de água por dia, no mínimo; de 4 a 11 anos, de 1,3 litros; e adolescentes e adultos precisam tomar 1,5 litros para manter a hidratação”, explica o pediatra do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) José Augusto de Britto.

Além disso, o médico ressalta que manter a alimentação saudável, rica em vitaminas, como frutas, legumes, verduras e proteínas ajuda a acelerar a digestão para que a criança possa logo voltar a correr, brincar e a fazer esforços físicos. 

“O ideal é realizar refeições contendo alimentos leves, não gordurosos e nutritivos. As frutas, por exemplo, são ótimas para o consumo, pois são de fácil digestão e podem conter até 95% de água em sua composição. Na substituição da água, deve-se dar preferência aos sucos naturais, evitando as bebidas açucaradas como refrigerantes ou sucos artificiais”, diz.

O consumo de alimentos processados, ultraprocessados, ricos em sódio (como salgadinhos, alimentos congelados pré-prontos e condimentos industrializados), gorduras e açúcares simples (como balas e doces) são desaconselhados por comprometer a saúde da criança.

O médico também alerta para o cuidado na realização de refeições fora de casa, onde não se tenha garantia da qualidade da água utilizada e da conservação dos alimentos. Com altas temperaturas, existe o risco de rápido crescimento de bactérias nos alimentos não refrigerados, o que pode causar transtornos gastrointestinais. 

“Nesses momentos, deve-se evitar alimentos crus e, principalmente, alimentos preparados a base de ovos, como sanduíches com maionese, pois o ovo é um alimento de fácil contaminação”. 

Dessa forma, em caso de passeios, a recomendação é levar alimentos já prontos para o consumo e que não necessitam de conservação por refrigeração. Além disso, manter a atenção com a higienização das mãos tanto no preparo dos alimentos como antes de consumi-los é fundamental. “A mão é um importante veículo para a transmissão de vírus e bactérias para os alimentos. Logo, devemos ter uma atenção mais especial para a higiene das mãos, sobretudo após a utilização de banheiros”, realça.

Rotavírus – No verão são frequentes os casos de infecções por vírus ou bactérias, podendo causar sintomas como vômito, cólica, diarreia e febre. O médico orienta que nos casos de diarreias e vômitos por contaminação alimentar ou viroses, como a do rotavírus, a primeira medida é oferecer hidratação oral. 

“Ela pode ser feita em situação de emergência com a oferta de soro caseiro e em seguida hidratação com sais de hidratação oral dissolvidos em água potável. Na persistência dos vômitos e diarreia, é necessário procurar rapidamente um atendimento médico. O uso de antibiótico deve ser feito somente com orientação médica”, orienta José Augusto de Britto.

Exposição solar – As crianças também devem ser protegidas contra os efeitos nocivos dos raios ultravioletas. Essa proteção inclui a aplicação do filtro solar e evitar tomar sol entre 12h e 15h. Outras recomendações são o uso de chapéu com abas largas e camisetas longas e passar o protetor solar trinta minutos antes de se expor à luz solar, reaplicando a cada duas horas, sem esquecer de partes específicas do corpo como as orelhas, nuca e pés.

“No entanto, o uso de protetor solar a partir de 6 meses de idade deve ser orientado pelo pediatra e deve se ter atenção com o tempo de duração da proteção para saber de quanto em quanto tempo deve ser reaplicado. A outra alternativa é o uso de roupas e bonés com proteção ultravioleta (UV), sendo os com fator de proteção 50 os mais indicados, pois podem proteger a pele em até 95%”. 

Para formação de ossos fortes e saudáveis, cerca de 15 minutos de exposição solar ao dia é suficiente. “O tempo a mais de exposição ao sol deve ser acompanhado com proteção e cuidados. Uma exposição exagerada ao sol na infância pode levar a um risco aumentado de câncer de pele no futuro”, frisa. 

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