Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Amamentação na volta ao trabalho


15/03/2018

Por: Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)

Compartilhar:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e como complemento até os dois anos ou mais. Contudo, no Brasil, na maior parte das empresas, a licença-maternidade é de apenas quatro meses, o que torna a amamentação um desafio para muitas mães. E o maior medo passa a ser relacionado à produção e armazenamento do leite. Para não precisar correr contra o tempo, o ideal é um planejamento com o mínimo de antecedência, afinal a ideia é não deixar de amamentar o bebê.

A gerente do Centro de Referência para Bancos de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Danielle Aparecida, aconselha às mamães que estão passando por essa fase a se informar junto ao serviço de recursos humanos da empresa se oferecem uma sala de apoio à amamentação. “Essas salas de apoio são de extrema importância para que o retorno das mães ao trabalho não se torne um momento doloroso. A função delas, para as lactantes, é incentivar a amamentação e o vínculo afetivo e para os empresários, é poder contar com a vantagem da diminuição de ausências dessa colaboradora, que cumpre toda a carga horária não necessitando sair mais cedo para amamentar e cuidar do bebê que, por ser amamentado, adoece menos”, explicou.

Para as mamães que não querem deixar de amamentar, recomenda-se que a coleta do leite inicie com pelo menos 15 dias de antecedência e que ele seja mantido congelado. “Não é necessário encher os potes até a boca, mas apenas com o volume ideal para uma ou duas mamadas, é possível colocar mais de uma ordenha no mesmo frasco, porém o mais importante é identificar a data da 1ª coleta, pois a validade do leite congelado é de 15 dias”, esclareceu Danielle Aparecida.

É importante frisar, também, que o leite precisa ser coletado em potes vidro com tampa de plástico e ser esterilizado antes do armazenamento. “Para esterilizar os frascos é preciso fervê-los por 15 minutos - comece a contar quando a água começar a borbulhar. Deixe secar a temperatura ambiente, não é necessário secar com panos ou fraldas.  A coleta de leite pode ser feita por expressão manual e bombas manuais ou elétricas (se optar pelo uso de bombas, lembre-se de que estas também deverão ser esterilizadas da mesma forma do que os frascos). Após a coleta, o leite deve ser imediatamente congelado”, elucida Danielle Aparecida. Se a lactante precise realizar uma nova ordenha, é preciso que um outro copo ou recipiente de vidro seja esterilizado e ao fim o leite coletado poderá ser colocado por cima do leite já congelado.

Caso a criança fique em creche e a mãe queira deixar o leite para ser ministrado durante o dia, Danielle Aparecida alerta para os cuidados que devem ser tomados: “O ideal é que a creche tenha um freezer/geladeira com um espaço exclusivo para o leite materno onde a mãe, ao deixar o bebê, também possa deixar o leite congelado e no decorrer do dia a funcionária responsável por esta criança degelaria o produto e o ofereceria.

Esta ação é aconselhada desde que o profissional da creche entenda dos cuidados de manipulação do produto. Nós da Rede de BLHs estamos aptos a realizar treinamentos em creches para que se possa garantir por mais tempo a amamentação destes bebês".

Mais em outros sítios da Fiocruz

Voltar ao topoVoltar