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24ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde


19/05/2022

VPAAPS/Fiocruz

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Termina hoje (19/05) a 24ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde da União Internacional de Promoção e Educação na Saúde, que tem como tema “Promover políticas para a saúde, o bem-estar e a equidade”.
Desde a Cerimônia de Abertura, no domingo à noite (horário de Brasília), com a presença do Dr. Tedros Adhanom, Diretor da Organização Mundial de Saúde, mais de mil delegados – pesquisadores, gestores, discentes e membros de movimentos sociais –, de todo o planeta discutem e apresentam alternativas para concretizar estratégias e políticas que favoreçam a vida, colocando a equidade no centro da agenda política de governos e órgãos legislativos.

Reconhecendo que a pandemia de SARS-COV-2 tornou ainda mais evidente e aprofundou as desigualdades sociais, os debates em curso e as experiências apresentadas têm ratificado a importância da coprodução e cogestão das estratégias de promoção da saúde junto aos diversos grupos socioculturais e territórios para construir sociedades mais justas. O diálogo com as populações indígenas, os migrantes, os movimentos feministas, negros e LGBTQIA+ ocupa o centro das reflexões, que remetem à luta por garantia de direitos e à decolonização de saberes e práticas.

Em muitas das sessões, Paulo Freire é a inspiração e a referência para articular saberes e práticas que produzam mudanças nas formas de comunicar e educar para saúde e cidadania, com o compromisso intransigente de assegurar a existência de comunidades sociolinguísticas e epistêmicas não hegemônicas. Tal caminho de inclusão, respeito e autonomia é apontado como essencial para criar mensagens capazes de responder às crises sanitárias e à luta por bem-estar. Bem como para gerar mobilizações sociais capazes de incidir e transformar os processos políticos que determinam as estruturas sociais produtoras de iniquidades.

O Dr. David McQueen (Universidade de Berna), defendeu que a construção de confiança pública, rompendo com os negacionismos, implica o reconhecimento e o protagonismo de trabalhadores da saúde que saibam de educação e comunicação, capazes de traduzir as informações científicas e de construir coletivamente sínteses significativas para as populações. Nessa direção, o Dr. Dean Schilinger (Universidade da Califórnia) ressaltou a importância da relação entre comunicação, arte e saúde para ampliar o uso das linguagens e o alcance das mensagens, incluindo jovens e outros grupos na produção de conteúdos para as diversas mídias.
Merece destaque, por fim, que saúde urbana, saúde mental, precarização do trabalho, intersetorialidade e literacia em saúde estão entre as maiores preocupações dos delegados, sendo discutidos em várias das sessões.
 

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