Os dados sobre os quais se baseiam as tomadas de decisão e a comunicação com o público dependem de sistemas de informação que têm cobertura e qualidade de dados extremamente variável no Brasil. Nesse estudo, são analisadas a temporalidade e divergências entre os registros de casos e óbitos segundo o SIVEP-Gripe e o SUS VE.
Grande parte das análises de tendência da pandemia tem sido baseadas na data de divulgação dos registros, o que pode apresentar uma defasagem de uma a até 7 semanas em relação à data dos primeiros sintomas, como observado para os estados do Rio de Janeiro, Amapá e Maranhão.
No caso dos registros de óbitos essa defasagem é menor. No entanto, chama atenção a diferença no número de óbitos registrados no SIVEP-Gripe e o SUS VE para os estados de Mato Grosso, São Paulo e Ceará.
Mesmo com a correções realizadas pelo atraso na notificação, os últimos dias da série devem ser descartados, porque apresentam uma queda artificial no número de casos e óbitos que pode induzir gestores e população a uma falsa impressão de redução da intensidade da pandemia.