O sanitarista Sérgio Arouca foi um dos principais teóricos e líderes do chamado "movimento sanitarista", que mudou o tratamento da saúde pública no Brasil. A consagração do movimento veio com a Constituição de 1988, quando a saúde se tornou um direito inalienável de todos os cidadãos, como está escrito na Carta Magna: "A saúde é direito de todos e dever do Estado".
Morto aos 61 anos, em 2 de agosto de 2003, Arouca é reconhecido por sua produção científica e a liderança conquistada na construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi presidente da Fiocruz em 1985, professor concursado da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), além de chefe do Departamento de Planejamento da Escola.
A tese de doutorado de Arouca, intitulada O dilema preventivista: contribuição para a compreensão e crítica da medicina preventiva, forneceu fundamentos teóricos estruturantes para a constituição da base conceitual da saúde coletiva.
Internacionalmente, foi consultor da Opas/OMS, contribuiu diretamente para o planejamento do sistema público nacional de saúde da Nicarágua e participou de diversos outros projetos estratégicos da Organização, incluindo trabalho de consultoria no México, Colômbia, Honduras, Costa Rica, Peru e Cuba.
Mesmo no período de censura à imprensa por parte do governo militar, Sergio Arouca defendia o acesso de toda a população às informações científicas. Com a abertura política e a redemocratização no país, essa postura se intensificou. Quando nomeado presidente da Fiocruz, abriu as portas da instituição para a sociedade. Acreditava que os cientistas deviam participar da vida social e divulgar para os meios de comunicação suas atividades, muitas vezes financiadas pelos impostos dos próprios cidadãos.