Meninas e Mulheres na Ciência realiza roda de conversa e reforça sentimentos de apoio e união

A Fiocruz Ceará realizou, na manhã desta quarta-feira (08/02), a abertura conjunta de dois eventos importantes com a marca do diálogo e da inclusão: o workshop de Modelagem Computacional e Desenho de Fármacos e o Meninas e Mulheres na Ciência. Enquanto o primeiro é voltado para alunos de pós-graduação, pós docs e pesquisadores da área de Biologia Computacional, o segundo busca estimular e aproximar meninas do mundo científico.

Para celebrar o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas e comemorado em 11 de fevereiro, a Fiocruz Ceará soma-se às demais unidades da instituição para debater, incentivar, dar visibilidade e proporcionar a troca de experiências sobre a relevância das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.

Carla Celedônio defendeu a presença de mais mulheres na área de pesquisa e afirmou que, muitas vezes, as mulheres não conseguem concluir cursos ou avançar na vida acadêmica por conta das inúmeras demandas externas impostas pela sociedade. “Por isso defendemos e incentivamos programas como o Meninas e Mulheres na Ciência. Todas nós precisamos fortalecer o debate, ampliar nossas ações e nos apoiar mutuamente”, defende.

Carla Celedônio e Luciana Lindenmeyer destacaram a importância da equidade de gênero na Ciência. Luciana Lindenmeyer, coordenadora do projeto Meninas e Mulheres na Ciência pela Fiocruz Ceará ratificou que este é um movimento que precisa avançar. “Não só com a inclusão de mulheres, mas também contra o racismo e a homofobia e pela acessibilidade. Queremos pensar em como o projeto deste ano pode alcançar ainda mais pessoas, apesar dos inúmeros desafios que enfrentamos. Programas como esse são portas e janelas que abrimos para garantir, no futuro próximo, que a Ciência ofereça mais equidade de gênero”, defende.

Declarado “entusiasta” da participação feminina, João Hermínio Martins afirma que estimula a inserção das mulheres “onde elas queiram atuar” e exemplificou a participação feminina na Fiocruz. “Elas são 55% do corpo de trabalhadores da instituição e nosso colegiado tem formação paritária, de homens e mulheres”, enaltece. Ainda segundo o pesquisador, a Fiocruz Ceará está de “portas abertas” para trazer quem queira fazer Ciência. “Nossa marca é incentivar estudantes, mulheres, negras, pessoas trans, pessoas quem tenham boas ideias”, ratifica.

Diálogos transformadores

Após a abertura oficial da programação, as participantes realizaram uma roda de conversa onde tiveram a oportunidade de ouvir, compartilhar, aprender, refletir, e se ajudar mutuamente. Meninas e mulheres das mais diferentes experiências puderam se ver na outra, trocando confiança e reforçando a cumplicidade num movimento genuíno, espontâneo, verdadeiro e profundo.

A partilha de experiências e histórias reforçou a cumplicidade entre as participantes. Libna de Freitas, participante do programa em 2022, compartilhou sobre o privilégio de conhecer a Fiocruz Ceará ainda tão jovem. “Esta experiência me deu ainda mais certeza de querer cursar Medicina”. A jovem estudante Lorena Sousa, compartilhou ter o desejo de ser pediatra desde os 9 anos. “Desde pequena, foquei nos estudos, buscava informações além das ministradas durante as aulas. Quando ingressei na Escola Eusébio de Queiroz, o curso técnico de Biotecnlogia aumentou ainda mais minha certeza, devido ao apoio dos professores. Ingressei no PROVOC e pude acompanhar de perto o dia a dia dos laboratórios. Sou muito grata por esta oportunidade”.

Além das duas estudantes, várias pesquisadoras das diversas áreas da Fiocruz tiveram oportunidade de dialogar sobre os desafios de ser mulher em nossa sociedade e a roda foi um momento de muita troca, parceria e aprendizado.

Entre as diversas partilhas, a pesquisadora Vanessa Pinheiro ratificou a necessidade de olhar para o passado e para o futuro, mas sem perder o foco no presente. A doutoranda em Biotecnologia escolheu a carreira para tentar descobrir o porquê das coisas. “Fui criticada porque queria voar por si só. Podemos e devemos mostrar para nós mesmas que somos livres, que a vida é movimento e que quando chegamos no topo, há outro topo. Podemos sim fazer a diferença na vida umas das outras”, defende.

Mais encontros

A partir da força e profundidade do momento entre as meninas e mulheres, a expectativa é da criação de programas e ações que fortaleçam os vínculos. Luciana Lindenmeyer, coordenadora do Meninas e Mulheres na Ciência na Fiocruz Ceará, projeta novos encontros para tratar não só sobre Ciência, “mas questões que nos impactam”. “Podemos pensar estratégias que nos ajudem a superar tantas dificuldades do dia a dia, ao longo das nossas caminhadas. Esta foi uma manhã fortalecedora, por isso desejamos que este momento tenha perenidade”. Lindenmeyer reforça a necessidade de construir uma agenda que integre atividades convergentes de inclusão. “Juntas, podemos nos cuidar melhor e pensar de que forma podemos nos fortalecer para mudar essa realidade”