Comunidade pesqueira conhece resultados parciais de pesquisa

Pescadores, marisqueiras e lideranças comunitárias reuniram-seno dia 20 de setembro com pesquisadores e pós-graduandos da Fiocruz Pernambuco para conhecer os resultados parciais do projeto Desastre do petróleo e saúde dos povos das águas, que envolve comunidades pesqueiras de 16 municípios litorâneos do estado. O estudo mostra que essa população, que já vivia em vulnerabilidade social e econômica, teve suas condições de vida e de saúde agravadas pelo desastre do óleo, ocorrido em 2019, e pela pandemia de Covid-19. Revela também o desastre ambiental causado pelo óleo, com comprometimento dos arrecifes, áreas de desova e viveiro de populações de peixes importantes economicamente.  

“Os dados não são nada diferentes do que a gente já tinha. Na saúde, o principal comprometimento é a saúde mental das pessoas. Tem outros distúrbios como os de pele e as mulheres, principalmente as marisqueiras, que passam muito tempo na água, se queixam de distúrbios no sistema urogenital. Mas o que de fato chama atenção é o componente da saúde mental. Tem muita gente com ansiedade e depressão”, ressalta a pesquisadora Idê Gomes, coordenadora da pesquisa. “Além disso, vivemos uma crise econômica e política, gerando muita inseguridade social”, complementa.  

De acordo com Idê, 60% do estudo já foi realizado. Começa agora a fase de organização e análise dos dados do inquérito epidemiológico, no qual foram entrevistadas cerca de 1.200 pessoas, e as atividades para complementar o levantamento dos dados qualitativos em algumas áreas litorâneas.  
 
Um dos articuladores de parceiros no projeto, Severino Santos, secretário executivo do Conselho Pastoral dos Pescadores da Igreja Católica, esteve presente na reunião desta terça-feira (20/09). Para ele, essa devolutiva permite à comunidade tomar ciência do que foi feito, como está o andamento do estudo e saber o que pode tirar dessas informações para melhorar suas ações no dia a dia. 

O encontro contou com a participação de duas representantes do Programa Institucional de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (PITSS) da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz. A coordenadora executiva do PITSS, Andréa Vasconcelos, e a assessora técnico-científica do mesmo programa, Inês Cárcamo. Elas fazem o acompanhamento dos 12 projetos financiados pelo edital Territórios Sustentáveis e Saudáveis do Programa Inova Fiocruz. 
 
Para saber mais sobre o projeto Desastre do petróleo e saúde dos povos das águas leia a matéria no site da Fiocruz Pernambuco.

Fonte: Fiocruz Pernambuco