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Pré-congresso Abrascão 2022: oficina debate formação de sanitaristas no contexto de múltiplas crises


21/11/2022

Informe Ensp

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A necessidade de aprofundar a discussão sobre as bases da formação e da atuação dos sanitaristas, diante da multiplicidade de crises da atualidade, pautou a realização, pré-congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), da oficina A formação de sanitaristas no contexto de múltiplas crises: uma agenda para o ensino, pesquisa e cooperação. Idealizada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), em parceria com a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz) e a Coordenação de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Presidência (Ceirn/Fiocruz), a atividade celebrou o reencontro de dirigentes, docentes, discentes, pesquisadores, representantes da sociedade civil, dos movimentos sociais e trabalhadores do campo da saúde coletiva de várias regiões do país para discutirem, juntos, a construção dessa agenda, tendo em vista as necessidades e demandas de saúde da população, do avanço da cidadania e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Abertura da oficina de pré-congresso reuniu (19/11) representantes da Fiocruz (foto: Informe Ensp)

 

A abertura da oficina, no sábado (19/11), reuniu o diretor da Ensp/Fiocruz, Marco Menezes; a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam; a coordenadora de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz (Ceirn), Zélia Profeta; a diretora do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), Marilda de Souza Gonçalves; e o representante da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Emanuel de Oliveira. Nas falas dos participantes, uma mistura de esperança – pelas perspectivas que se abrem a partir da eleição de um novo governo – e inquietação – por consequência da complexidade das crises nas áreas econômica, social, humanitária, sanitária, ambiental, alimentar e do cenário de desmonte das políticas públicas e aprofundamento das desigualdades.

Esforço coletivo

Marco Menezes parabenizou a comissão organizadora da oficina e destacou todo o esforço institucional para a construção dessa iniciativa. Desde o início da sua gestão, a Ensp/Fiocruz vem promovendo ampla discussão a respeito da formação do sanitarista mediante a realização de oficinas e seminários que produziram acúmulo de experiências e impulsionaram a ampliação do tema na Fiocruz. “Houve intenso debate na Fiocruz até chegarmos aqui. A composição dessa oficina, por meio da representatividade da sociedade civil organizada e o trabalho em redes, nos farão avançar. Desejamos que a discussão sobre a formação do sanitarista seja construída coletivamente, uma vez que estamos diante de um momento importante de retomada, de construção, de reconstrução”.

Além de reforçar que a defesa da democracia é um ponto central nesse aspecto, o diretor da Ensp/Fiocruz alertou para a necessidade de enfrentamento da sindemia vivida no mundo. Essa reflexão, segundo ele, deve incorporar questões centrais como as mudanças climáticas e as desigualdades – que foram aprofundadas pela pandemia de Covid-19 e se expressam de forma mais aviltante na fome. “Essa é uma pauta central; e precisamos avançar. Falamos também sobre as mudanças climáticas e as emergências climáticas, uma vez que os eventos extremos atingem as populações mais vulnerabilizadas de forma mais intensa. É nosso dever associar essas pautas com o combate à fome e acumularmos todas as propostas que surgirem”, alertou, e admitiu que a luta contra o racismo estrutural deve estar presente nessa agenda, bem como a discussão sobre os territórios e a determinação socioambiental da saúde-doença.

Sanitarista de formação, a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, afirmou que a concepção dessa oficina a fez relembrar seus primeiros anos de trabalho, ocasião em que participou da campanha de erradicação da poliomielite. Naquele momento, segundo ela, houve grande mobilização e o estabelecimento de uma ampla rede de vacinas e de saúde pública. “É essa rede que temos que reativar, aplaudir e aperfeiçoar. Pensar na minha trajetória de sanitarista formada pela Ensp, por meio dos cursos descentralizados e sem as ferramentas tecnológicas de hoje, mostra a força que uma rede pode ter. Estou muito comprometida com a discussão sobre a formação dos sanitaristas, pois estamos conduzindo uma pesquisa a respeito do papel das especializações na formação na Vice-Presidência de Ensino”, afirmou Cristina. 

Atividade contou com dirigentes, docentes, discentes, pesquisadores, representantes da sociedade civil, dos movimentos sociais e trabalhadores do campo da saúde coletiva de várias regiões do país (foto: Informe Ensp)

 

A oficina, realizada em conjunto pela Ensp/Fiocruz, VPAAPS/Fiocruz, Vpeic/Fiocruz e Ceirn/Fiocruz, propôs, além da construção de uma agenda, novas estratégias de cooperação para ampliar o trabalho dos docentes na formação. Essa possibilidade, segundo Zélia Profeta, acontece em meio a uma conjuntura histórica de retomada e esperança, apesar da multiplicidade dos desafios. “A oficina é um marco para recomeçarmos essa discussão. Ela não parte do zero, mas é fundamental nesse contexto de crises ambientais, políticas, econômicas, sanitárias e das emergências que ainda estão por vir. A proposta da oficina não se encerra aqui, pois ela é um ponto de partida na intenção de pensarmos numa agenda de formação do sanitarista em uma conjuntura que envolve a pesquisa e a cooperação. É uma grande alegria trabalhar na organização dessa atividade muito estimulada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima”.

Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves enalteceu a grande responsabilidade dos participantes nas discussões e decisões durante os dois dias de encontro, enquanto Emanuel de Oliveira, representante da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), convidou os professores e orientadores a incentivarem seus alunos a participar da associação de pós-graduandos. Ele ainda destacou as reivindicações da associação por reajustes nas bolsas de mestrado, doutorado, direitos trabalhistas e previdenciários e políticas de apoio ao estudante. “Estamos em um momento de reestabelecer o diálogo. Precisamos operacionalizar o reinvestimento em ciência e tecnologia no Brasil”.

Acompanhe a cobertura do Abrascão 2022 por unidades da Fiocruz:

Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia)

Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz)

Fiocruz Brasília

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