Manifesto defende inclusão das relações entre saúde e natureza nas novas políticas e nas ações da sociedade

A Rede de Saúde e Natureza Brasil lança nesta terça-feira (14) um manifesto que defende a inclusão das relações entre saúde e natureza nas políticas públicas do novo governo do Brasil e nas ações da sociedade. 

O documento foi construído de forma colaborativa pelos integrantes desse coletivo formado por especialistas em conservação ambiental e especialistas em saúde que acreditam na importância da relação entre a natureza e a saúde. A ideia inicial partiu de um dos proponentes da  Rede, Cláudio Maretti, junto com outros colegas desse grupo.

Frente à crise ambiental global e suas repercussões de grande impacto no país, o manifesto propõe que o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Ministério da Saúde incorporem as relações entre saúde e natureza em seus programas, serviços ou departamentos; que trabalhem esses temas e as ações decorrentes em parceria com outros ministérios e com instituições vinculadas; que promovam a participação da sociedade, de governos estaduais e municipais, de organizações da sociedade civil, do setor privado, de associações comunitárias e outros atores sociais, especialmente as organizações e especialistas, que já vem promovendo iniciativas nessa relação.

Cerca de 40 pessoas e instituições estão promovendo o manifesto. Para assinar, endossando, bastar acessar o formulário aqui. Neste endereço eletrônico também está disponível uma pasta com referências que fundamentam o documento. 

Após a sistematização das adesões, o manifesto será encaminhado para as ministras da Saúde e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, assim como para as presidências da Fiocruz e o Instituto Chico Mendes (ICMBio), entre outras autoridades, para ciência e devidas providências. 

Na avaliação de Maretti, o momento vivido pelo país é propício para o debate e para renovação das propostas de políticas públicas alinhadas com a agenda socioambiental e com a saúde. “No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação estimula a visitação nos parques, nas reservas extrativistas etc. Entretanto, por vários motivos, mas ainda não temos estruturado o programa de visitação para benefícios da promoção da saúde e do bem-estar. Então, com o crescimento das crises ambientais, esse é o momento de as políticas públicas começarem a considerar esse assunto”, afirma. 

Os campos de saúde, ambiente e sustentabilidade acompanham a Fiocruz desde a sua origem e há anos Maretti tem acompanhado a suas iniciativas no que diz respeito à saúde e ao ambiente. Segundo ele, durante a sua gestão à frente do ICMBio, a Fiocruz participou dos primeiros debates enfocando a conexão com a natureza. Ele também destaca inciativas como a criação da nova agenda chamada Saúde e Natureza, no âmbito da Coordenação de Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz). Para dar início a essa agenda, a Fiocruz e o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE) assinaram uma cooperação técnica visando gerar evidências sobre os benefícios da natureza à saúde humana e incentivar a implementação de vivências de “banho de floresta”, em áreas naturais públicas e privadas no Brasil.  

Saiba mais sobre o tema.

Confira o manifesto na íntegra.