16/09/2022
Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
Os programas de pós-graduação stricto sensu da Fiocruz obtiveram um excelente resultado na avaliação quadrienal (2017-2020) feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e divulgada neste mês de setembro. Junto com o bom desempenho geral, também foi constatada uma expressiva melhora em relação ao quadriênio anterior, pois dos 45 programas da Fundação, somando cursos próprios e aqueles em associação com outras instituições, 18 – 11 acadêmicos e 7 profissionais – viram suas notas aumentarem. Outros 25 – 16 acadêmicos e 9 profissionais – mantiveram as notas anteriores, que em alguns casos já eram elevadas. Essa avaliação ainda passará por uma fase de recursos, podendo os resultados finais serem ainda melhores.
Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado destaca que o êxito é fruto do trabalho de coordenadores, docentes, equipes das secretarias acadêmicas e discentes, com o apoio das unidades e da Presidência da Fiocruz, apesar de o cenário de dificuldades no financiamento da ciência e da pós-graduação. “A pandemia, que atingiu o país a partir de 2020, exatamente o último ano do quadriênio avaliado, exigiu uma rápida e intensa adaptação dos processos educacionais e esforços para viabilizar a conclusão de pesquisas, mesmo diante das exigências de distanciamento físico e da sobrecarga de docentes e estudantes, que assumiram novas responsabilidades no cenário da emergência sanitária”, explica Cristiani.
Entre os programas acadêmicos, a proporção de programas reconhecidos como de excelência (notas 6 ou 7) subiu de 27% para 41%. E a proporção de programas com notas maiores ou igual a 5, consideradas altas, subiu de 58% para 69%. Os programas profissionais também tiveram resultados muito positivos. A proporção de programas com notas 4 e 5, as mais elevadas para a modalidade, subiu de 56% para 94%. Dos 7 programas que tinham nota mínima na avaliação anterior, ou ainda não haviam sido avaliados por serem novos, 6 melhoraram seus desempenhos no período e mudaram de patamar.
Coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam aponta a importância de iniciativas coletivas de planejamento institucional e autoavaliação, expressas na atualização do Plano de Desenvolvimento Institucional da Educação 2021-2025 e na realização de um estudo de egressos, de 2013 a 2020, que permitiram demonstrar os efeitos positivos da formação na Fiocruz para a trajetória profissional dos mestres e doutores titulados, comprovando o impacto social dos programas. “As ações de internacionalização, de solidariedade e de nucleação também podem ter contribuído para esse bom resultado. Muitos programas da Fiocruz têm atuado em parceria entre eles e com universidades, para a oferta de turmas descentralizadas, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm proporcionalmente menos doutores do que o Sudeste e o Sul”, comenta Cristina.
Para a coordenadora-geral Adjunta de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, as estratégias institucionais coletivas promovidas a partir dos debates na Câmara Técnica da área também teriam sido responsáveis pelos bons resultados. Segundo ela, “um exemplo é a expansão das ações afirmativas na pós-graduação, para favorecer o acesso e a permanência de estudantes, incluindo o aumento das vagas de cotas; o Programa de Inclusão Digital; e, mais recentemente, a proposta de criação do Auxílio à Permanência do Estudante na Pós-Graduação”.
Cristiani Machado sublinha que os programas de Mestrado Profissional têm imensa relevância na formação de quadros para o Sistema Único de Saúde (SUS), para a atuação na gestão pública, na atenção à saúde, na vigilância, na pesquisa aplicada e no desenvolvimento e produção de insumos. “Alguns mestrados inovadores também tiveram seus esforços reconhecidos, como o de ciência em animais de laboratório e o de divulgação científica. A elaboração de produtos técnicos de alta relevância também pode ter contribuído para um resultado favorável”, observa a vice-presidente.
A dirigente antecipa os objetivos dos programas de pós-graduação da Fiocruz para os próximos anos. Entre eles, consolidar as ações afirmativas voltadas ao acesso e permanência e a Política de Apoio ao Estudante; intensificar a internacionalização dos programas e a oferta de turmas integrada entre programas de diferentes unidades da Fiocruz, bem como as parcerias interinstitucionais para a redução das desigualdades na formação; expandir a disponibilidade de disciplinas transversais sobre temas estratégicos; e promover ações que visem assegurar a abrangência e qualidade da formação e da produção acadêmica dos programas.
Programas acadêmicos que tiveram aumento de nota
Nota 4:
Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde (COC);
Saúde Pública na Amazônia – Doutorado (Fiocruz Amazônia-UFAM-UEA, em 1ª avaliação);
Pesquisa Traslacional em Fármacos e Medicamentos (Farmanguinhos, em 1ª avaliação).
Nota 5:
Saúde Pública (Fiocruz Pernambuco);
Saúde Coletiva (Fiocruz Minas);
Biociências e Biotecnologia (Fiocruz Paraná).
Nota 6: História das Ciências (COC);
Informação e Comunicação em Saúde (Icict);
Saúde da Criança e da Mulher - Saúde Coletiva (IFF);
Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (INI).
Nota 7 (nota máxima):
Ensino em Biociências e Saúde (IOC).
Programas profissionais que tiveram aumento de nota
Nota 4:
Políticas Públicas e Saúde (Fiocruz Brasília);
Educação Profissional em Saúde (EPSJV);
Ciência em Animais de Laboratório (ICTB);
Pesquisa Clínica (INI);
ProfSaúde (Fiocruz em rede com universidades);
Vigilância e Controle de Vetores (IOC).
Nota 5 (nota máxima):
Saúde Pública (Fiocruz Pernambuco).
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