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Fiocruz ilumina Castelo para celebrar a segurança do paciente


17/09/2021

Suely Amarante (IFF e Icict)

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o 17 de setembro como Dia Mundial da Segurança do Paciente. Em 2021, o tema da campanha é Cuidado materno e neonatal seguro e o slogan chama à ação em prol da segurança no parto: Aja agora em favor de um parto seguro e respeitoso!. Para celebrar a data, a Fiocruz organizou atividades alusivas ao tema nesta sexta-feira (17/9). Entre elas, a iluminação do Castelo Mourisco, símbolo e sede da Fundação, e da escultura de bronze que caracteriza a imagem do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Datada de 1971, representa uma figura feminina que carrega um bebê no colo, simbolizando o amor materno. O objetivo da iluminação é dar voz à luta em favor do cuidado materno e neonatal. Também estão programados mesa-redonda e webinar.

O Castelo Mourisco da Fiocruz, iluminado de laranja em alusão ao Dia Mundial da Segurança do Paciente (Foto: DPH/Fiocruz)

As atividades são organizadas pelo Proqualis, programa da Fiocruz que é referência nacional para informações e tecnologias em segurança do paciente, e pelo IFF. Mas contam com apoio de outras unidades e instâncias da Fundação. Nesta sexta-feira, a partir das 14h, uma mesa-redonda com a presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, abordou a importância de partos seguros e respeitosos. Em seguida, um webinar reuniu cientistas em torno de tema Cuidado materno e neonatal seguro. Participaram João Batista Marinho de Castro Lima, do Hospital Sofia Feldman (Belo Horizonte), Giana Bitencourt Frizzo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Camila Borba da Luz, do Hospital Nossa Senhora da Conceição (Porto Alegre). A moderação foi feita pelo coordenador-executivo do Proqualis, Victor Grabois. Tudo online e aberto ao público, com veiculação pelo canal Proqualis no You Tube (o vídeo continua acessível).

Segundo a coordenadora de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz, Lívia Menezes, a escultura por si só legitima a iluminação. “O ineditismo da iluminação é no momento oportuno, pois somos a unidade técnico-científica da Fiocruz, que tem como missão cuidar da saúde das mulheres e das crianças. Iluminar a escultura simboliza iluminar o Instituto e sua missão, iluminar este importante tema para a saúde pública, iluminar as mulheres e suas crianças em prol de um cuidado seguro, e iluminar os profissionais dedicados que atuam na promoção desse cuidado em nossa maternidade e UTIs neonatal”, enfatiza.

Material em acesso aberto

“O principal desafio para o cuidado materno e neonatal seguro, hoje, é a adoção de protocolos baseados em evidências científicas”, explica Grabois. “Esses protocolos são fundamentais para enfrentar as principais causas de mortalidade materna: eclampsia, hemorragia pós-parto, infecções e abortos inseguros. E também para a mortalidade neonatal: infecções, a asfixia perinatal e a prematuridade. Por isso é tão importante a construção de uma rede adequada e articulada para a atenção às gestantes, puérperas e neonatos. E o fortalecimento das equipes assistenciais e educação continuada para a prevenção de casos graves envolvendo gestantes".

A plataforma online do Proqualis compilou uma série de conteúdos, especialmente para a data, que estão disponíveis em acesso aberto. Entre eles, o guia de referência Sete características da segurança em maternidades, produzido pela Health Foundation e traduzido para a língua portuguesa, e a Cartilha de mobilização pela redução da morte materna, do Fundo de População das Nações Unidas. E webinares e aulas que abordam a questão da Covid-19 na gestação, no parto e no puerpério.   

As atividades também marcam o lançamento da Aliança Nacional pelo Parto Seguro e Respeitoso, organizada pela Sociedade Brasileira pela Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), em parceria com a Fiocruz. Da Aliança participam em torno de 50 organizações de saúde e entidades de natureza técnico-científica, do setor público e privado. A Aliança criou um Conselho Científico que elaborou uma carta compromisso com recomendações para redução da mortalidade materna e neonatal a ser entregue a autoridades do Executivo e do Legislativo, no plano nacional e estadual, para que seja assinada por essas autoridades.

Altas taxas de mortalidade

De acordo com a OMS, estima-se que 810 mulheres morram a cada dia por causas evitáveis relacionadas com a gravidez e o parto. Apesar da redução de 44% na taxa de mortalidade materna no mundo, ela se mantém inaceitavelmente alta. Reconhecendo a magnitude do problema, a meta de reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 a cada 100 mil nascidos vivos está contemplada na Agenda 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

No mundo, todos os dias 830 mulheres morrem de causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto. E, anualmente, 2,5 milhões de bebês morrem logo após nascer. Os dados são da OMS. No Brasil, essa tragédia foi agravada pela pandemia, com o registro de 38 óbitos maternos por Covid-19 a cada semana em 2021, segundo o Observatório Obstétrico Brasileiro. Esta situação dramática pode e deve ser evitada. A maioria das mortes durante a gravidez decorre de causas que poderiam ser tratadas.

Nesse contexto foi criada a Aliança Nacional para o Parto Seguro e Respeitoso, que reúne em torno de 50 entidades dispostas a atuar em prol da redução da mortalidade materna e neonatal e da garantia de direitos básicos para o parto e para o nascimento seguros em nosso país. Dentre os membros da Aliança está o Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz. Segundo a coordenadora do Portal e de Ações Nacionais e de Cooperação do IFF/Fiocruz, Maria Auxiliadora Mendes Gomes, é preciso avançar nas ações de fortalecimento e qualificação das práticas clínicas, do direito à vida e à saúde previstos na constituição. “Esses direitos não se concretizam se as práticas e os processos assistenciais não forem adequados”, reforça Maria.

Ainda no cenário da Covid-19, a cirurgiã pediátrica do Núcleo de Qualidade, Segurança do Paciente e Gerência de Risco (Qualiseris) do IFF/Fiocruz, Claudia Tavares Regadas enfatiza a importância da redução de atos inseguros nos processos assistenciais e a utilização das melhores práticas, com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios. “No contexto da Covid-19, onde o conhecimento ainda é parco e vem se acumulando progressivamente, a cada momento, o que é melhor está mudando, então é mais importante ainda, a gente usar da metodologia de trabalho, da segurança do paciente, focando nas organizações dos processos de trabalho e nas análises dos resultados".

 

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