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Poliomielite

Poliomielite

A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em menores de cinco anos, também pode infectar adultos. A doença pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças. No Brasil, não há circulação de poliovírus selvagem desde 1990, em virtude do êxito da política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelos três níveis do Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, devido aos baixos níveis vacinais, há grande preocupação da pólio reaparecer no país.

Sintomas

Na maior parte dos casos, os infectados apresentam poucos sintomas ou nenhum, com um quadro semelhante à gripe, com febre e dor de garganta, ou às infecções gastrintestinais, com náusea, vômito, constipação e dor abdominal. No entanto, cerca de 1% dos infectados pela doença, especialmente crianças com menos de cinco anos, pode sofrer com formas graves da poliomielite.

Nesses pacientes, o vírus, após atacar o sistema nervoso, pode causar paralisia flácida aguda permanente, insuficiência respiratória e até o óbito. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em uma das pernas. As principais características da sequela, são a perda da força muscular e dos reflexos, sem perda de sensibilidade. 

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser confirmado por diferentes exames laboratoriais. Entre eles, exame para a detecção do poliovírus nas fezes ou no catarro do paciente infectado; exame para a pesquisa de anticorpos IgM no sangue; cultura de LCR (líquido cefalorraquidiano) para a pesquisa do agente causador; e eletromiografia para o estudo da atividade elétrica do membro paralisado, em casos mais graves.

Prevenção

A principal forma de prevenção contra a poliomielite é a vacina. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece duas vacinas contra a pólio, que se complementam: a inativada e a atenuada.  A vacina inativada deve ser aplicada em bebês de 2, 4 e 6 meses de idade. Já o reforço com a vacina atenuada via oral (em gotinhas) deve ser tomada entre os 15 e 18 meses e depois, mais uma vez, entre os 4 e 5 anos de idade. 

As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. Logo, programas de saneamento básico são outra forma de prevenção da doença. 
 

Tratamento

Não existe tratamento específico para a poliomielite. O tratamento dos sintomas é feito de acordo com o quadro clínico do paciente.

Transmissão

A poliomielite é transmitida, geralmente, através da boca, a partir do contato direto com fezes contaminadas ou por água e alimentos contaminados por essas fezes. Por isso, locais com falta de saneamento, más condições habitacionais e de higiene pessoal precária são mais suscetíveis a doença. A pólio também pode ser disseminada pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. 

O poliovírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Desenvolvendo ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, dando continuidade ao ciclo viral. O vírus da poliomielite é bastante resistente, e pode sobreviver durante meses no esgoto.
 

Atuação da Fiocruz

Há mais de 60 anos, Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) se dedica ao estudo da poliomielite e de meningites virais. O laboratório é credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro Nacional de Referência para Enteroviroses, e atua na vigilância virológica das paralisias flácidas agudas, das meningites assépticas e das meningoencefalites.

O Laboratório foi o primeiro a identificar, em 1989, a presença no Brasil do Enterovírus 71, causador de doença paralítica. Realizou também o isolamento e caracterização do último poliovírus selvagem da Região das Américas, no Peru, em 1991. Enquanto referência nacional e internacional, o Laboratório também presta consultoria à rede de laboratórios nacionais do Ministério da Saúde, atuando no diagnóstico e na formação de recursos humanos.
 

Fonte: Portal Fiocruz e Ministério da Saúde. Texto revisado pelo pesquisador Marcio Nehab, pediatra e infectologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Tipo de doença:
Doenças infantis; Doenças infecciosas; Doenças virais
Agente causador:
Poliovírus

Perguntas e respostas

Geralmente, as reações adversas são passageiras e desaparecem em 24 a 48 horas. Alguns efeitos são dor ou vermelhidão no local da injeção, febre moderada, dor de cabeça ou dor pelo corpo. 

Tanto as três primeiras doses, ou seja, as doses aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, quanto as doses de reforço, entre os 15 e 18 meses e aos 5 anos de idade, estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde e nas campanhas de vacinaçã

O Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade do bebê.

A principal forma de prevenção é a vacina. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece duas vacinas contra a pólio, que se complementam: a inativada e a atenuada.

Sim. Após atacar o sistema nervoso (medula e cérebro), o vírus pode causar paralisia permanente (sem cura), insuficiência respiratória (dificuldade do pulmão em realizar as trocas de gases) e até a morte.

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