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Simpósio no IFF discutiu o uso de tecnologias no cuidado hospitalar

Fábio Russomano, Valcler Rangel e Antonio Albernaz na mesa de abertura

05/06/2019

Por: Everton Lima (IFF/Fiocruz)

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O Simpósio de Gestão à Vista - Reflexões acerca das tecnologias aplicadas para um cuidado hospitalar efetivo centrado no paciente, foi realizado, em 21/5, no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Com a proposta de troca e observação de inovações tecnológicas na construção de uma trajetória de sustentabilidade na gestão hospitalar, o evento contou com a saudação da coordenadora do projeto de Gestão à Vista e coordenadora técnica da Fisioterapia do IFF/Fiocruz, Roberta Correia. “O mundo atual apresenta mudanças com uma rapidez nunca vista em outros tempos. A tecnologia e a ciência nos impulsionaram para um caminho complexo de quebra de paradigmas. O indivíduo inquieto modifica o seu olhar, pede transparência das instituições e respostas ágeis para suas necessidades. Nos hospitais, precisamos oferecer a mesma agilidade e, portanto, o modelo de gestão burocrática e verticalizado já não atende mais os interesses dos usuários e trabalhadores. Invertemos a ordem e aprendemos que para tratar a doença é preciso promover saúde, assim como para fazer a gestão da saúde necessitamos do compartilhamento dos problemas com os usuários e equipes multidisciplinares”, alegou ela.

Durante a mesa de abertura, o coordenador de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz Antonio Albernaz avaliou o Gestão à Vista como uma mudança de cultura que possui como elementos a transparência, a integralidade e o cuidado centrado no paciente, fatores que levaram o projeto a ser institucionalizado. “Essa é uma iniciativa que foca no cuidado colaborativo, tendo como meta prestar uma assistência de qualidade para obter os melhores resultados possíveis no cuidado com o paciente”, destacou ele.

Com a palavra, o diretor do IFF/Fiocruz, Fábio Russomano, comentou da satisfação que sente ao ver os quadros preenchidos e os setores implementando mudanças em prol de indicadores melhores. Fábio falou que a exposição dos indicadores também provocou uma saudável comparação entre as unidades de produção em busca de melhores resultados, e ressaltou o envolvimento de pacientes e seus acompanhantes, que podem ver quais são os fatores críticos que estão determinando a sua permanência ou impedindo a sua alta. “Os profissionais e usuários passaram a vivenciar os indicadores. Isso significa empoderamento, que as pessoas possam participar e contribuir para o seu próprio cuidado. Esse projeto veio para ficar!”, afirmou ele.

Finalizando a mesa de abertura, o chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel, parabenizou a todos que têm colaborado com essa iniciativa. “Com o Gestão à Vista efetivamente vemos o envolvimento das pessoas e a importância de trabalhar a informação através dos indicadores, com uma linguagem fácil para o entendimento dos usuários e possibilitando aos profissionais reavaliarem as suas atividades. Essa iniciativa é muito importante, pois tem a capacidade de dar visibilidade à qualidade da assistência do IFF/Fiocruz”, frisou ele.

Na sequência, a equipe multidisciplinar do projeto, composta por Roberta Correia, a enfermeira do IFF/Fiocruz Renata Pascoal Freire e a analista de gestão em saúde do IFF/Fiocruz Stella Carletti, explicou a iniciativa. Roberta informou que o Gestão à Vista é o desenvolvimento e implantação de ações de excelência operacional para a gestão hospitalar, que vem para atender a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), e o desenvolvimento de métodos e estudos visando ao acompanhamento situacional da PNHOSP no Estado do Rio de Janeiro. Como características do projeto, ressaltou: baixo custo; compartilhamento dos problemas; informação presente para tomada de decisão; profissionais e usuários atuantes como protagonistas do cuidado; e gestão como trabalho de todos.

Por se tratar de um projeto novo que propõe uma mudança cultural, Roberta pontuou as estratégias de sensibilização adotadas para o entendimento de todos que estão envolvidos com a iniciativa: participação de colegiados; produção de oficinas; visitas frequentes à beira do leito para acompanhar os resultados; apresentação no Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão); divulgação de conteúdos através do Observatório de Política e Gestão Hospitalar, entre outros. “Estamos muito comprometidas não só com a implementação, mas com os resultados que estão sendo propostos e com a continuidade dessa iniciativa, que só pelo nome já chama atenção do que é capaz de desenvolver. Estamos comemorando o fim do projeto, mas como ele foi institucionalizado, poderá ser replicado em outras experiências hospitalares”, esclareceu ela.

Dando continuidade, Renata Pascoal Freire contou que o Gestão à Vista no Instituto tem uma versão ampliada que vai além do Painel de Indicadores e incorpora as ferramentas Plano de Cuidados e Kanban. O Plano de Cuidados trata-se de uma placa que fica disponibilizada à beira do leito de cada paciente, reunindo um conjunto de informações, como identificação do paciente, dados de segurança e qualidade da assistência, e plano terapêutico singular, que são abordadas com transparência, através de uma imagem uniforme e transversal, possibilitando ao usuário participar do seu cuidado. Já o Kanban é utilizado para estreitar a comunicação da equipe multiprofissional, com compartilhamento das pendências de cada internação, mediante a realidade da Unidade de Produção (ocupação dos leitos e perfil de pacientes internados). Desta forma, permite a interface com diversos serviços para resolução das pendências (exames, equipamentos e parecer de especialidades). “O Kanban é uma ferramenta de comunicação para além da unidade que viabiliza visualizar cenários importantes como, por exemplo, quem tem previsão de alta. Porém, algumas informações mais específicas do diagnóstico precisam ser preservadas”, ponderou ela.

Sobre os resultados alcançados, Renata apontou pontos como: padronização das informações; interface com outros atores no cuidado do paciente; melhora dos indicadores com alcance de metas e aumento do giro de leito hospitalar. Como desafios para a continuidade da iniciativa, listou: implementação nas Unidades de Produção; necessidade de ampliação; mapeamento de novas linhas de cuidado; e possibilidade de interface com outras experiências hospitalares. “Temos sido muito bem recebidas nos serviços, com muita possibilidade de troca e aprendizados. Essa aceitação e interesse são fundamentais para o crescimento do Gestão à Vista, que é um ganho para o IFF/Fiocruz. Estamos muito felizes com os resultados!”, concluiu ela.

Durante o simpósio, outros temas também foram abordados, como: Os desafios da atenção hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS), com o coordenador do Observatório de Políticas e Gestão Hospitalar da Fiocruz, Francisco Braga; Ferramentas gerenciais de Gestão à Vista na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neocirúrgica do IFF/Fiocruz, com as gestoras da área Bianca de Moraes Rego Martins e Elzeni Santos Braga; Painel de Indicadores e sua influência quando visíveis, com Claudia Regadas, membro do Núcleo de Qualidade, Gestão de Risco e Segurança do Paciente (Qualiseris) do IFF/Fiocruz; e Tecnologias de Gestão à Vista e suas contribuições para o aprimoramento da gestão do cuidado hospitalar, com o consultor do IFF/Fiocruz, Daniel Beltrammi.

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