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Boas práticas em obstetrícia e neonatologia foram apresentadas em seminário

Palestrantes na mesa de abertura

08/05/2019

Por: Everton Lima (IFF/Fiocruz)

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O 1º Seminário de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On) foi realizado, nos dias 15, 16 e 17/4, no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para iniciar a mesa de abertura, com o tema A importância da inserção do Apice On nas políticas públicas de saúde, a presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Kleyde Ventura, explicou que os serviços que compõem o Apice On são escolhidos por conta da sua importância para capilarizar a mudança necessária na comunidade em que estão localizados. “No Rio de Janeiro temos três unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que têm essa possibilidade: o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Maternidade Mariana Bulhões. Estamos aqui reunidos para produzir aberturas com a inserção de todos e contamos com a força das nossas autoridades para dar potência ao que fazemos. Nós precisamos nos interconectar, pois as boas práticas precisam de bons praticantes”, afirmou ela.

A seguir, a representante do Ministério da Saúde (MS) Sara Delfino frisou que o Apice On faz parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e que tem como objetivo e grande ação pensar em boas práticas pautadas em evidências científicas. “O Apice On cada vez mais vem ganhando espaço dentro dos 97 hospitais no qual está inserido. Temos conseguido avançar nos territórios por conta da presença dos mediadores, dos hospitais, parceiros, apoio dos gestores e dos profissionais, que têm a missão de voltar para os seus locais de trabalho com o propósito de melhorar a qualidade de assistência e o direito às mulheres. O Apice On é uma ferramenta potente e uma das principais ações para a discussão das boas práticas nesse país, por isso, precisamos continuar fortalecendo”, declarou ela. Com a palavra, a presidente da Abenfo Rio de Janeiro, Sabrina Lins Seibert, comentou que o projeto traz a reflexão de como aprimorar o trabalho e o atendimento, criando um clima institucional melhor. “O Apice On propicia um estímulo do modelo colaborativo de assistência, que já vimos através de várias pesquisas científicas que dá certo, possibilitando a troca entre os profissionais. Estimular esse trabalho multidisciplinar é fundamental para que as boas práticas realmente sejam aplicadas, independente do estado de saúde das mulheres. Com a sua multiplicação, impactaremos os indicadores de morbimortalidade materna”, analisou ela.

A diretora de enfermagem da Maternidade Escola da UFRJ, Ana Paula Esteves, falou sobre a importância de o Apice On estar mais próximo à prática profissional e da necessidade da discussão constante em conjunto. “Aprimorar o indivíduo é entender que ele já possui competências e que nós só precisamos resgatá-las, aprimorá-las e colocá-las em prática. Espero que consigamos repetir eventos como esse e crescer o movimento dentro das instituições”, alegou ela. A obstetra da Maternidade Escola da UFRJ Fernanda Freitas Oliveira Cardoso completou. “O projeto motivou e possibilitou a reflexão sobre o tipo de cuidado e a interação entre os profissionais e com as pacientes que nós queremos desenvolver, aprimorar e evoluir a partir de agora, além da revisão dos processos que vinham sendo executados e a oportunidade de conhecer outras unidades que são referências”, disse ela.

O diretor do IFF/Fiocruz, Fábio Russomano, registrou a alegria pela realização do seminário. “É uma satisfação participar desse evento e ver a adesão maciça dos profissionais a essa iniciativa. O que falarmos aqui vai repercutir positivamente em outras unidades do nosso Estado e isso é fortalecer o SUS”, salientou ele. Para encerrar a mesa de abertura, a superintendente de maternidade da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SMS/RJ), Carla Brasil, contou que o Apice On tem um apelo fundamental porque trás para dentro das instituições formadoras uma necessidade de mudança, um olhar diferenciado. “É um grande desafio diário, mas é por conta daqueles que servimos que a gente não desiste. Precisamos caminhar sempre de mãos dadas para enfrentarmos o conjunto de dificuldades que temos”, finalizou ela.

Na sequência foram apresentadas estratégias de gestão para implantação da assistência de Enfermagem Obstétrica ao parto e nascimento, e Fábio Russomano destacou o Apice On como um modelo assistencial em que todos aprendem a partir do compartilhamento e corresponsabilização do cuidado à parturiente independente da categoria profissional. “Aderir ao Apice On foi uma grande escolha, pois contamos com o apoio de pessoas completamente envolvidas e comprometidas com a qualidade do cuidado obstétrico. Assim, trazer a enfermagem obstétrica para o cuidado, do início ao fim do processo de nascimento, é mais do que uma meta operacional: reforça nossos valores institucionais de foco no usuário, do cuidado inter e multiprofissional, da eficiência e efetividade”, esclareceu ele.

Dando continuidade, a gestora da Área de Atenção à Saúde da Gestante do IFF/Fiocruz Luciana Fillies informou que o processo foi iniciado no Instituto, em março de 2018, utilizando as seguintes estratégias para implementação do Apice On: Formação do Grupo Estratégico Local (GEL), Construção do Diagnóstico Situacional, Indicadores e Elaboração do Plano Operacional Anual (POA). Durante sua apresentação, Luciana fez o seguinte questionamento aos presentes “Se fizermos mudanças nos serviços de saúde, mas não forem capazes de melhorar a assistência prestada aos usuários, para que servem?”, e listou compartilhar e difundir as decisões com a equipe e materializar as ações propostas como desafios da gestão.

“Através do projeto, o IFF/Fiocruz realizou a inserção da enfermagem obstétrica na assistência ao parto e nascimento para estimular uma maior integração multiprofissional e de serviços dentro do Instituto, assim como melhorar a integração com a rede (serviço terciário) em prol das necessidades e acolhimento dos usuários”, explicou ela. O gestor da Área de Atenção à Saúde da Gestante do IFF/Fiocruz José Paulo Pereira Junior completou. “Embora participar do Apice On seja um caminho longo, duro e muito trabalhoso, nós do IFF/Fiocruz nos apropriamos do projeto. Temos que discutir para dentro das nossas instituições quais são os impactos que esperamos que uma ferramenta dessa envergadura pode trazer para a real melhoria da atenção à população brasileira”, disse ele.

Aproveitando a oportunidade, Kleyde Ventura convidou Fábio Russomano para receber a honraria de Membro Honorário da Enfermagem Obstétrica do Brasil durante o XI Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal (Cobeon) , que vai acontecer em Maceió (AL), de 30 de outubro a 2 de novembro de 2019. “O IFF/Fiocruz tem um papel diferenciado no Apice On, parceiro de primeira linha que nos dá a institucionalidade necessária para que o projeto possa fluir em todo o país por meio dos serviços”, parabenizou ela. Fábio agradeceu em nome de toda a equipe que acredita no projeto. “Essa é uma iniciativa em que todos ganham e o Instituto está disposto a continuar, se possível até ampliando a participação nessa empreitada”, concluiu ele.

Durante o evento também foram debatidos temas, como: Formação em Enfermagem Obstétrica para o trabalho em equipe, Reflexos das Boas Práticas no cuidado oferecido à mulher e ao recém-nascido sob a ótica da multidisciplinaridade e Os desafios da atuação da Enfermagem Obstétrica: Inovação e aprimoramento do cuidado em obstetrícia e neonatologia. Como parte de sua programação, o seminário realizou visitas técnicas às maternidades do IFF/Fiocruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mariana Bulhões, assim como reuniões com seus respectivos Grupos Estratégicos Locais (GEL).

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