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Pesquisadores da Fiocruz PE desenvolvem nova técnica para detecção do vírus zika


15/03/2019

Por: Solange Argenta (Fiocruz Pernambuco)

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Uma nova técnica para detecção do vírus zika, mais sensível e barata que a PCR em tempo real - o padrão ouro hoje utilizado para diagnóstico molecular da doença - mostrou-se eficiente nos testes com amostras de mosquitos. Desenvolvido no mestrado em Biociências e Biotecnologia em Saúde pelo aluno Severino Jefferson, com a orientação do pesquisador Lindomar Pena, o projeto conta ainda com a participação dos pesquisadores da Fiocruz PE Constância Ayres e Fábio Melo e outros profissionais dos departamentos de Virologia, Entomologia e Parasitologia da instituição. O estudo, intitulado Development and Validation of Reverse Transcription Loop-Mediated Isothermal Amplification (RT-LAMP) for Rapid Detection of ZIKV in Mosquito Samples from Brazil,  foi publicado hoje (14/03) na revista Nature - Scientific Reports.

Essa tecnologia, denominada amplificação isotérmica mediada por alça (RT- Lamp), também tem a vantagem de ser bem mais rápida do que a PCR, diminuindo de 5h para menos de 1h o tempo necessário para obter o resultado. Trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer lugar, na forma de kit rápido, pois não depende de equipamentos caros e sofisticados, restritos a laboratórios especializados, como é o caso da PCR. Outra vantagem é o custo para a realização de cada teste, de apenas R$ 1,00. Quarenta vezes mais barato que a PCR, que tem custo individual de R$ 40,00.

Lindomar Pena explica que a técnica se mostrou 10 mil vezes mais sensível que o PCR e, em alguns casos, foi capaz de detectar carga viral onde a PCR deu negativa. “Trata-se de um exame específico para zika, que não apresentou reação cruzada para outras arboviroses”, relata.

Foram utilizadas na pesquisa 60 amostras de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus, infectados naturalmente ou em laboratório com os vírus zika, dengue, febre amarela e chikungunya. A próxima etapa será a conclusão dos testes com amostras humanas.

Na época em que o projeto foi lançado não havia nenhum trabalho semelhante. Porém ao longo do seu desenvolvimento surgiram em torno de 15 projetos nesse campo.  O diferencial desse trabalho desenvolvido na Fiocruz PE é o pequeno número de etapas necessárias para a reação, o baixo custo e simplicidade do teste.

Na sua forma simplificada, o teste consiste em macerar a amostra de mosquito e colocar no tubo com o reagente. Após aguardar por cerca de 20 a 40 min é só observar a cor da mistura. Se ficar laranja, é negativo, mas se o líquido se tornar amarelo, indica presença do vírus zika. “A ideia é que se possa coletar, macerar o mosquito em campo – em plena Amazônia, por exemplo - e obter o resultado lá mesmo”, declara o pesquisador. Com humanos, se poderá coletar saliva ou urina do paciente com suspeita de zika, realizar o teste e obter a resposta na mesma hora.

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