06/04/2023
Maria Luiza La Porta (IFF/Fiocruz)*
As suturas cranianas são regiões maleáveis do crânio que permitem que o cérebro cresça e se desenvolva. Essas suturas apresentam períodos de maturação (fechamento) diferentes, que podem ocorrer desde os primeiros meses de vida até a idade adulta. Quando esse fechamento ocorre de modo prematuro, impede o crescimento do crânio e pode levar a alterações no seu formato, resultando nas chamadas craniossinostoses, além de poder levar ao aumento da pressão intracraniana. Essas síndromes afetam de 1 a cada 2100-2500 crianças e são uma das alterações craniofaciais mais comuns.
A pesquisa Investigação epidemiológica, clínica e molecular das craniossinostoses, desenvolvida no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), tem como objetivo investigar alterações genéticas relacionadas com essa condição para confirmar o diagnóstico clínico do paciente, além de orientar a equipe de saúde para uma conduta de cuidado mais adequada e estabelecer critérios mais precisos para a indicação cirúrgica dos pacientes com craniossinostoses.
A pequena Manuela, paciente do Instituto, com a sua mãe, Lorraine (Foto: arquivo pessoal)
“Esse projeto foi contemplado pelo Programa de Incentivo à Pesquisa (PIP III) e surgiu a partir de resultados preliminares de duas teses de doutorado realizadas no IFF/Fiocruz. Uma delas, desenvolvida pela neurocirurgiã pediátrica, Tatiana Protzenko, que analisava o padrão vascular dos diferentes tipos de craniossinostoses. A outra tese, desenvolvida pela biomédica, Fernanda Rolemberg, avaliava o perfil genético-molecular dessa condição”, conta a responsável pela pesquisa, a coordenadora do Laboratório de Medicina Genômica do IFF/Fiocruz, Sayonara Gonzalez.
Tatiana comenta que “os recursos do PIP possibilitaram a execução do projeto, permitindo a classificação mais adequada das craniossinostoses e uma melhor indicação de procedimentos cirúrgicos”. Sayonara informa que o próximo passo do projeto será “investigar os mecanismos moleculares que podem estar relacionados com o fechamento prematuro das suturas, possibilitando identificar possíveis alvos terapêuticos no futuro”.
* Edição: Everton Lima
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