21/08/2020
Regina Castro (CCS/Fiocruz)
A partir da edição desta semana, o Boletim InfoGripe passa a apresentar a probabilidade da curva de novos casos estar em fase de crescimento, estabilidade ou queda, trazendo uma análise de tendência nas últimas três semanas (curto prazo) e e seis semanas (longo prazo). As ocorrências de crescimento ou queda estão subdivididas em duas categorias: possibilidade alta (acima de 95%) ou moderada (acima de 75%). Para facilidade de leitura, os mapas apresentados no boletim indicam a tendência das capitais e macrorregiões de saúde dos estados brasileiros.
“O indicador de longo prazo permite avaliação de tendência, suavizando o efeito de eventuais oscilações entre semanas consecutivas. Algo natural em dados de notificação. Já o indicador de curto prazo permite identificar, de forma oportuna, possíveis alterações no comportamento de longo prazo, mas que necessitam interpretação cautelosa à luz de eventuais oscilações”, explicou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
O novo boletim mostra que, embora os casos Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) continuem altos, a maioria dos estados apresenta tendência de estabilidade ou queda em suas macrorregiões de saúde e capitais. A análise é referente à Semana epidemiológica 33, período de 9 a 15 de agosto e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 16 de agosto. Entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.
Marcelo Gomes ressalta que o município do Rio de Janeiro manteve o sinal de estabilidade após um leve aumento registrado em semanas anteriores. Ele alerta que esse cenário sugere cautela para a implementação e novas medidas de flexibilização, já que há várias semanas os sinais apontam que a cidade não se encontra mais em fase de queda.
Casos de SRAG no país
Em nível semanal, o cenário atual sugere que a situação de cada indicador se encontra nos seguintes níveis. Os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, apresentam tendência de queda. No entanto, continuam na zona de risco, com ocorrência de casos semanais muito alta (acima do limiar de atividade muito alta) em todas as regiões do país. O número de casos semanais SRAG pode variar entre 95.548 e 99.482 até o término da semana 33. Entre positivos, 0,2% Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,1% vírus sincicial respiratório (VSR), e 99,2% Sars-CoV-2 (Covid-19).
O total de registros de óbitos no Sivep-Gripe, independente de sintomas, é de 151.890, com estimativa atual de 162.526. Em relação aos óbitos, o pesquisador observa que os dados têm sofrido alto impacto por conta da oportunidade de digitação, afetando significativamente as análises para semanas recentes.
Quanto às unidades da federação, apresentam tendência de curto e longo prazo com sinal de queda ou estabilização, com exceção dos estados do Tocantins (Norte), Piauí (Nordeste), Minas Gerais (Sudeste), Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), e Paraná (Sul), que contam pelo menos com uma macrorregião com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal de crescimento.
Esse é o caso do Piauí (macrorregião Semiárido) com tendência de longo prazo ainda com sinal significativo de crescimento (maior que 95%.); Tocantins (macrorregião Norte), com tendência de longo prazo ainda com sinal significativo de crescimento (maior que 75%); Minas Gerais, Macrorregião Leste do Sul com sinais moderado (maior que 75%) e significativo (maior de 95%) de crescimento no curto e longo prazo, respectivamente; Macrorregião Jequitinhonha com sinal significativo (maior 95%) de crescimento no longo prazo; Mato Grosso do Sul (macrorregião Três Lagoas), com sinal moderado (maior que 75%) de crescimento no longo prazo; Paraná, macrorregião Oeste com tendência de longo e curto prazo com sinal moderado de crescimento (maior que 75%); macrorregião Noroeste com sinal moderado de crescimento no longo prazo (maior que 75%).
Acesse o o Boletim InfoGripe referente à semana epidemiológica 33.