30/11/2017
Por: Alexandre Matos (Farmanguinhos)*
No dia 1 de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de despertar a atenção dos países para a doença. De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no ano passado, desde o início da epidemia, em 1980, a junho de 2016, foram notificados 842.710 casos no Brasil. Apesar do número alarmante, o país é uma referência mundial no enfrentamento da doença. Para isso, ao longo desses anos, tem contado com um parceiro estratégico: o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), principal produtor público de antirretrovirais.
Há 17 anos, Farmanguinhos começava a produção do primeiro antirretroviral, a zidovudina, também conhecida como AZT. A partir de então, a unidade não deixou de ampliar seu portfólio. Atualmente, o Instituto fabrica sete dos 23 medicamentos que compõem o coquetel antiaids: Atazanavir, Efavirenz, Lamivudina, Nevirapina, Zidovudina, Lamivudina+Zidovudina e tenofovir+lamivudina.
Além da produção, o Instituto desenvolve novas formulações. Uma delas é o Efavirenz pediátrico dispersível em água. Trata-se de um medicamento inovador, elaborado a partir de nanotecnologia, voltado para crianças que vivem com HIV/Aids. O comprimido tem sabor mais agradável e se dispersa em água para facilitar a ingestão pelas crianças. Já foram realizados testes prévios em cobaias confirmando a liberação da substância ativa no organismo. A previsão é de que em dois anos comecem os testes em humanos.
Farmanguinhos tem participado ainda de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Além de ampliar ainda mais o portfólio institucional, a partir dessa iniciativa, a unidade colabora também com o fortalecimento da indústria farmoquímica nacional, uma vez que os acordos contemplam a transferência de tecnologia para a produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). O Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) de Farmanguinhos passa por uma obra de readequação da planta fabril para receber essas novas formulações, que englobam também medicamentos para outras doenças.
Cooperação internacional
Outra importante iniciativa é a instalação da fábrica de antirretrovirais e outros medicamentos em Moçambique, denominada Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM). Trata-se da primeira instituição pública no setor farmacêutico do continente africano. A fábrica iniciou as operações em 2012, com previsão de produzir 226 milhões de unidades de antirretrovirais por ano. Esta quantidade deverá beneficiar cerca de 2,7 milhões de pessoas vivendo com HIV/Aids em Moçambique.
Debate no IOC
O Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) promoverá um debate acerca dos aspectos epidemiológicos e terapêuticos relacionados a epidemia de HIV/Aids. Gratuito e aberto ao público, o evento acontecerá no dia 1/12, às 10h, no Pavilhão Arthur Neiva. Conheça a programação:
* Com informações do IOC
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