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HCS-Manguinhos traz dossiês sobre parto e mortalidade infantil


14/01/2019

César Guerra Chevrand (COC/Fiocruz)

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Parto e nascimento. Saúde e mortalidade infantil. Esses são os assuntos de dois dossiês da mais nova edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Com treze artigos sobre os dois temas, em português, inglês e espanhol, o número 4 do volume 25 (outubro a dezembro de 2018) do periódico científico trimestral da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) já está disponível na íntegra no Portal Scielo. As seções 'Fontes', 'Notas de Pesquisa' e 'Imagens' complementam os dossiês temáticos.

Na Carta de Editores, os pesquisadores Marcos Cueto e André Felipe Cândido da Silva saúdam a nova Declaração sobre Atenção Primária à Saúde, apresentada durante a conferência de Astana, no Cazaquistão, em outubro de 2018. Reafirmando a legitimidade de valores imprescindíveis à História, como a relevância da ciência e da saúde pública e a luta contra qualquer forma de discriminação, os editores científicos da HCS-Manguinhos também se alinham com os debates sobre a importância da ciência aberta para o futuro das publicações científicas, tema da Conferência SciELO 20 Anos, realizada em São Paulo, em setembro deste ano.

Editores convidados deste número da História, Ciências, Saúde – Manguinhos, os pesquisadores Luiz Antônio da Silva Teixeira (COC/Fiocruz), Andreza Rodrigues Nakano (Escola de Enfermagem/Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a pós-doutoranda Marina Fisher Nucci (COC/Fiocruz) trazem discussão sobre Parto e nascimento: saberes, re­flexões e diferentes perspectivas. De acordo com os editores a “medicalização dos partos, dos nascimentos e da vida é parte da nossa sociedade, e olhar para essas questões é uma das formas de transformá-la”.

Análise

Oito artigos fazem parte da seção 'Análise' do dossiê Parto e Nascimento. Há trabalhos inéditos sobre a saúde reprodutiva das mulheres no Rio de Janeiro do início do século 20; discursos científicos em favor da medicalização de parto no Peru, 1900-1940; medicalização da gestação e do parto nas páginas da revista Claudia, 1961-1990; reflexões sobre a síntese e início do uso da ocitocina em obstetrícia no Brasil; a concorrência na arte de partejar na cidade do Rio de Janeiro entre 1835 e 1900; a “maternidade moderna” e a medicalização do parto nas páginas do Boletim da Legião Brasileira de Assistência, 1945-1964; gênero, história e medicalização do parto: a exposição Mulheres e práticas de saúde; a transnacionalização do parto normal no Brasil: um estudo das últimas cinco décadas.

Fontes

Na seção 'Fontes', a bibliotecária Wanda Weltman reúne artigos publicados em periódicos brasileiros, recuperados nas bases Scielo, Hisa e Lilacs, para comentar a bibliografia sobre a medicalização do parto no Brasil. No outro artigo da seção, a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da COC/Fiocruz Larissa Velasquez analisa as fontes para a história da ginecologia e obstetrícia no Brasil, a partir do levantamento de fontes realizado em bases de dados de bibliotecas brasileiras.

Nota de Pesquisa

A medicalização do parto no Brasil a partir do estudo de manuais de obstetrícia é o título da nota de pesquisa da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Lucia Regina de Azevedo Nicida. Em outro artigo, o professor Rafael de Brito Dias e a mestranda Cristiane Kämpf, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), traçam uma análise inicial sobre o modo como obstetras ativistas da humanização do parto e do nascimento no Brasil pensam a prática da episiotomia, incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal de parto.

Imagens

Na seção 'Imagens', a contextualização da casa de parto no Rio de Janeiro é o tema do artigo da pesquisadora do Centre de Recherche Médecine, Sciences, Santé, Santé Mentale, Societé (Cermes) Ilana Löwy. Em outro trabalho, a fotógrafa do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Adriana Mendeiros, apresenta o resultado do acompanhamento fotodocumental na Casa de Parto David Capistrano Filho, no Rio de Janeiro, por 12 anos descontinuados (entre 2005 e 2017).

Livros & Redes

Revisitando a saúde global a partir da periferia: o vírus zika é o título da resenha do professor da Ponti­cia Universidad Católica de Chile Jose Ragas sobre o livro da brasileira Debora Diniz: Zika: from the Brazilian backlands to global threat. Amamentação e políticas para a infância no Brasil: a atuação de Fernandes Figueira, 1902-1928, de Gisele Sanglard, é o objeto da outra resenha da seção, assinada pela professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rita de Cássia Marques. Por fim, a professora da Universidade Vale do Rio Doce (MG) Maria Terezinha Bretas Vilarino aborda o livro Qui gardera les enfants? Mémoire d’une feministe iconoclaste, de Yvonne Knibiehler.

Dossiê Saúde e Mortalidade Infantil

Cinco artigos compõem o dossiê Saúde e Mortalidade Infantil, que encerra a última edição do ano da HCS-Manguinhos. Os assuntos em debate são a mortalidade e a morbidade nas colônias do Sul do Brasil, entre 1850-1880; o início da pediatria em Buenos Aires, Argentina (1890-1920); a assistência psiquiatra a crianças anormais, em Santa Catarina, em 1940; a educação e os cuidados para a saúde bucal infantil (1912-1940); e a mortalidade infantil em Santiago, Chile, entre 1860 e 1914.

Confira a edição na íntegra.

 

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