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Fiocruz e Embaixada da Inglaterra discutem cooperação


16/12/2020

Por: Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)

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Representantes da Fiocruz e da Embaixada da Inglaterra se reuniram na terça-feira (15/12) para tratar sobre a cooperação em saúde entre a Fundação e instituições do Reino Unido. Na reunião, feita a convite da encarregada de negócios da embaixada, Liz Davidson, e com a presença do do cônsul no Rio de Janeiro, Simon, Wood, foram abordadas as parcerias em curso e as possibilidades de novos acordos.

A principal cooperação da Fiocruz com organismos britânicos no momento é o acordo de transferência de tecnologia da vacina desenvolvida na Universidade de Oxford para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Assinado em setembro, o acordo prevê a absorção total da plataforma tecnológica pela Fiocruz e vai fornecer 210,4 milhões de doses para o Programa Nacional de Imunizações (PNI), ao custo de US$ 3,16 a dose.

“É uma vacina que se provou eficaz e estamos confiantes de que será aprovada em breve. Nos ensaios clínicos, a vacina de Oxford foi capaz de eliminar totalmente a forma grave da doença”, afirmou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, ao apresentar o projeto. “A sociedade está vendo que a melhor forma de lidar com a pandemia é o conhecimento científico”.

O vice-presidente destacou ainda o potencial da nova plataforma de ser usado para o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças, como já vem sendo pesquisado há uma década pela Universidade de Oxford. “A Fiocruz tem bastante conhecimento acumulado em relação a essas outras doenças, como zika e dengue. Temos certeza que essa é uma área em que podemos expandir nossa cooperação”, disse Krieger.

Em seguida, o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, apresentou o novo Complexo de Tecnologia Bioindustrial em Saúde, que será construído em Santa Cruz, na Zona Oeste, como um possível campo para parcerias. O projeto tem como objetivos aumentar a capacidade de produção de vacinas da Fiocruz e do Brasil, garantindo sustentabilidade ao PNI, diminuindo a vulnerabilidade do Brasil nessa área, e gerando maior segurança e menor custo de produção.

“As atuais instalações de Bio-Manguinhos não permitem expansões. O complexo de Santa Cruz vai aumentar a quantidade de produtos, com novos processos de transferência de tecnologia e maior capacidade de produção. Serão 334 mil metros quadrados de área construída, que vão gerar 1,5 mil postos de trabalho, em um investimento de R$ 3 bilhões”, explicou Zuma. A nova fábrica deve gerar novas possibilidade de exportação de vacinas e também de cooperações para transferência de tecnologias.

Outros projetos e parcerias já em curso foram apresentados pelo pesquisador Gustavo Matta, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Esnp/Fiocruz). A Fundação já mantém parcerias e financiamentos com Newton Fund, Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Universidade de York e Escola de Economia e Ciência Política de Londres. Algumas dessas cooperações foram iniciadas durante a epidemia de zika no Brasil, quando se formou a Rede de Zika de Ciências Sociais.

“Naquela epidemia, a então vice-presidente de Informação e Comunicação da Fiocruz e nossa atual presidente, Nísia Trindade Lima, percebeu a necessidade de olharmos os impactos sociais da doença. Quatro anos depois, enfrentamos outra emergência sanitária e alguns desses aprendizados e redes estão sendo utilizados”, afirmou Matta.

Um dos projetos dessa linha, e que vem sendo desenvolvido em parceria com a embaixada britânica e o Wellcome Trust é a Estratégia de Comunicação para Brasil e América Latina, no âmbito do Observatório Covid-19 – Fundo Newton.O projeto visa a constituição de um núcleo interdisciplinar sobre respostas à emergências de saúde pública no sul global e prevê produtos de comunicação divididos em três eixos ações: saúde indígena, política e prevê produtos de comunicação divididos em três eixos ações: saúde indígena, políticas para favela e iniciativas em gênero. “Nossa proposta é responder à desinformação, gerada pelo excesso de informação atual, com peças construídas a partir do trabalho do Observatório e em parceria com as populações atingidas”, explica o pesquisador. As peças estarão disponíveis em três línguas (português, inglês e espanhol), em um hotsite, que será lançado em breve.

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