23/11/2021
Keila Maia (Fiocruz Minas)
Liderado pela Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec) da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), o Portfólio Integrado de Inovação da Fundação vai dar visibilidade para as tecnologias desenvolvidas nas diferentes unidades da instituição e aumentar as chances de que elas cheguem à sociedade. O projeto apresentará, em um mesmo ambiente virtual, as iniciativas inovadoras da Fiocruz, de forma a atrair parcerias estratégicas com os setores público e privado. Mais do que apenas um site, a iniciativa, feita em parceria com os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) de várias unidades, vai organizar a forma como as tecnologias da Fiocruz são ofertadas, por meio da integração de processos e atividades necessárias para a transferência de tecnologia.
“Trata-se de uma iniciativa para estruturar as ofertas de todas as tecnologias da Fundação. Ou seja, o site é apenas uma das entregas, mas o objetivo final é integrar não somente a apresentação dos projetos, mas todas as etapas de trabalho envolvidas na transferência de tecnologia. A ideia é alavancar o número de tecnologias que poderão se transformar em produtos e serviços para o Sistema Único de Saúde [SUS] e para toda a sociedade”, afirma a coordenadora da Gestec, Carla Maia.
Inicialmente, o portfólio vai apresentar 20 tecnologias, mas, posteriormente, todos os projetos de inovação da Fundação poderão ser incluídos. Por meio de uma parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o site ficará hospedado dentro do Portal Fiocruz, uma das portas de entrada da Fundação na web, o que contribuirá para aumentar a visibilidade das iniciativas da instituição. O conteúdo será disponibilizado em português e inglês.
“A gestão do portfólio fará parte da rotina do Sistema Gestec-NIT, com a atualização constante das informações. A ferramenta de gerenciamento do site permite que os NITs de cada uma das unidades possam incluir novas tecnologias ou fazer alterações daquelas que já estiverem inseridas, como, por exemplo, o grau de maturidade”, explica Juliana Yanez, que integra a equipe responsável pelo desenvolvimento do Portfólio Integrado de Inovação.
O projeto contempla uma série de ações relacionadas à prospecção de parcerias. Assim, cada tecnologia incluída no portfólio contará com um plano de oferta, que define as estratégias a serem adotas para a captação de potenciais parceiros. O projeto prevê, também, a produção de vídeos curtos explicando cada uma das tecnologias e layouts padrões para serem usados nas atividades de oferta.
O lançamento do portfólio está previsto para maio de 2022. Antes disso, será realizada uma edição do Café com Inovação, evento promovido pela Gestec da VPPIS/Fiocruz desde 2017, com o objetivo apresentar as tecnologias para as unidades produtivas da Fiocruz e também para o Escritório de Captação de Recursos. O objetivo é verificar o interesse institucional em absorver e/ou apoiar alguma das tecnologias, antes de iniciar a oferta para parceiros externos.
Outra importante etapa do projeto a ser realizada antes de iniciar as apresentações aos parceiros externos é uma capacitação destinada a todos os envolvidos com a oferta da tecnologia, incluindo pesquisadores e os profissionais que atuam nos NITs. A ideia é capacitar em conceitos e ferramentas, abordando visão de negócios com foco na transferência de tecnologia, elaboração de pitches, marketing e prospecção de parceiros para a oferta tecnológica. “São diferentes atores envolvidos, então, é necessário aprimorar competências para avançar nas atividades de oferta”, afirma Yanez.
União de esforços
O Portfólio Integrado de Inovação da Fiocruz foi viabilizado pelo Programa Inova, por meio do edital Inova Gestão, com o apoio da Presidência. De acordo com a coordenação da Gestec/Vppis, trata-se de um projeto que congrega vários atores institucionais, contando com o suporte especial do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Também participam ativamente os NITs do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas) e Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Um grupo de trabalho com representantes de todas essas unidades vem se reunindo desde janeiro deste ano, antes mesmo do início da execução do edital, em abril de 2021.
Para definir as 20 primeiras tecnologias que entrariam no portfólio, o grupo de trabalho adotou os seguintes critérios para priorização: tecnologias já patenteadas; com até 10 anos de vida; não licenciadas ou em negociação com empresas. Também foram verificados o estágio de desenvolvimento da tecnologia, o tamanho da família de patentes e o nível de maturidade, sendo que quanto mais elevada a maturidade maior a vantagem para a oferta.
“Para definir o grau de maturidade, tivemos que construir uma escala de TRL para a Fiocruz, pois a escala de referência, desenvolvida pela Nasa, não abrangia a complexidade dos projetos da instituição. Assim, com o apoio de profissionais que trabalham com desenvolvimento de produtos em Bio-Manguinhos e no IBMP, criamos então uma escala própria, dividida em fármacos/medicamentos; vacinas; diagnósticos; e equipamentos / dispositivos / biomodelos. Essa escala será compartilhada com toda a Fundação”, diz Yanez.
No momento, a equipe responsável pelo projeto vem se reunindo, virtualmente, com os pesquisadores que desenvolveram as tecnologias que vão integrar o portfólio em seu lançamento e com os respectivos NITs, com o intuito de esclarecer dúvidas e fazer ajustes finais. Em breve, terá início a produção de conteúdo para que, até abril de 2022, esteja tudo pronto.
“Estamos alinhando todas as etapas, já que gestão integrada requer também integração documental e processual. Esperamos que este projeto possa ser o ponto de partida para a estruturação de atividades concernentes à oferta de tecnologias em toda a Fiocruz”, enfatiza Yanez.
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