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67 anos da Ensp: celebração de aniversário marca a esperança por dias melhores


03/09/2021

Ensp/Fiocruz

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No dia em que a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) completa 67 anos, dia 3/9, as atividades do aniversário começaram com uma grande homenagem a essa instituição que atua no ensino, pesquisa e assistência da sociedade. A abertura das atividades foi marcada com a transmissão do Hino Nacional do Brasil, em formato de um lindo clipe com tradução para libras, o tornando acessível para todos. Como convidados, estavam presentes a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, o diretor da ENSP, Marco Menezes, a presidente da Asfoc-SN, Mychelle Alves Monteiro, o representante do Fórum dos Estudantes da ENSP, Willian Vicente, e a moradora e lider comunitária de Manguinhos e trabalhadora do Teias- Manguinhos na mobilização e gestão participativa, Patrícia Evangelista. 

A atividade foi iniciada com o doutorando de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP Willian Vicente, que utilizou uma menção metafórica para iniciar sua fala, representando todas as batalhas e lutas vencidas pela ENSP desde o momento de sua criação. “Veni, vidi, vici. Como o grande imperador romano, nossa instituição venceu todas as batalhas enfrentadas até agora.” Ele ressaltou a importância da revolução sanitarista realizada por Oswaldo Cruz, deixando seu legado, fazendo história e a ciência. O doutorando reforçou, junto à comunidade, que os estudantes estão dispostos a continuar realizando a equidade, uma das características da ENSP, além de continuar produzindo ciência, que é feita para o povo. “Somos serviço, educação. Somos ENSP”, finalizou, assim, sua fala, reafirmando o compromisso dos estudantes para a contribuição do fortalecimento e crescimento da Escola. 

A presidente do Sindicato dos Servidores de Ciência, tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-RJ), Mychelle Alves Monteiro, reforçou a homenagem à ENSP por meio de um texto produzido pela Diretoria Executiva do Sindicato, lido na última terça-feira, dia 31/8, numa atividade em saudação aos 67 anos da Escola. O texto enfatizou o conhecimento a respeito dos desafios que terão que enfrentar e levantou a reflexão sobre a frase tema do aniversário. “Que país será este? Podemos também nos perguntar: Que país queremos?” Mychelle reforçou o quanto é importante enfrentar os preconceitos existentes na nossa sociedade, além de salientar que, para falar de reconstrução, precisaríamos lembrar do que aconteceu ao Museu Nacional, Cinemateca, biomas brasileiros, evocando, assim, a necessidade de resgatar todos eles. Ela frisou ser importante utilizar o passado e o presente para debater o futuro e interromper a negação dos povos que construíram o país. “Não vemos nada de bom no conservadorismo. Os desafios são imensos, mas a disposição é muita para mudar”, acentuou ela, desejando um país que dê a mínima cidadania para todas e todos, sendo um Brasil mais plural.  Ao finalizar sua fala, Michelle criticou a atuação do Estado que age apenas para os privilegiados e desejou um Estado que respeite a diversidade e atenda a preferência da maioria.  “Queremos uma sociedade solidária e culta, presente e cidadã, defendendo o bom senso e a ciência. Precisamos defender a democracia como o alicerce que queremos defender”, encerrou.  

A moradora e líder comunitária de Manguinhos e trabalhadora do Teias-Manguinhos na mobilização e gestão participativa, Patrícia Evangelista, ressaltou, em sua fala, as dificuldades enfrentadas no ano de 2021, no qual, segundo ela, “vivemos uma crise sanitária sem precedentes". Em sua curta, mas expressiva participação, ela enalteceu a ENSP na atuação com os territórios mais vulnerabilizados. “A Escola tem resgatado a saúde e a dignidade dessa população durante a pandemia. Parabenizo aqui todos os trabalhadores da ENSP que se dedicaram no combate à Covid-19. Viva o SUS! Vacina no braço e comida no prato”, acentuou. 

A luta e resistência continuam 

“O ano de 2021 foi muito duro, com muitas perdas, mas de muita luta e resiliência.” Foi com essa importante frase que o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Marco Menezes, iniciou sua fala no dia de comemoração dos 67 anos da Escola. Ele citou a importância de a Fiocruz ser reconhecida como um marco para a sociedade brasileira e expressou todo o seu orgulho por saber que a Escola tem participação nessa atuação. O diretor também relembrou datas importantes que aconteceram este ano e como elas são essenciais para a reflexão nos campos da Saúde e da Educação. Como exemplo, citou o centenário de Paulo Freire e os 80 anos de Sergio Arouca, que deixou um legado. “Sergio Arouca sempre dizia que 'democracia é saúde, e saúde é democracia'. Isso está mais que presente. O processo do saneamento é civilizatório, e o Brasil nada contra esse processo”, expressou ele, mostrando a necessidade de avançar e evoluir cada vez mais para não retroagir. 

Outro ponto abordado pelo diretor foram as evidências em consequência da pandemia no nosso país, que, segundo ele, deixaram mais claras as desigualdades, as desvalorizações dos territórios, como favelas, a população dos negros, povos originários e indígenas. “Os povos indígenas, que vêm sofrendo com o processo de demarcação de terras, refletem muito a nossa pergunta tema: Que pais será este?”. Para Marco Menezes, a contribuição dos serviços de saúde reforça a importância da atuação da Escola. “Reafirmamos nosso compromisso de existir, resistir e continuar avançando”, finalizou. 

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, cumprimentou a todos os componentes da mesa salientando a importância de cada um deles com suas falas extremamente ricas para este momento tão importante da Escola, a data do seu aniversário. Logo em seguida, a presidente mostrou solidariedade a todos que perderam pessoas queridas nesta pandemia de Covid-19, um momento que, segundo Nísia, mostrou a vulnerabilidade em que vivemos. “Não estamos falando de um fenômeno que vai acabar e a vida seguirá normalmente. Estamos falando de algo que mexe de uma forma muito maior com a sociedade”, reforçou Nísia, que, logo em seguida, prestou uma homenagem aos profissionais de Saúde no enfrentamento da doença.

O tema do aniversário também foi comentado pela presidente, gerando inúmeras reflexões. “Temos que passar o país a limpo. Um país com tantas riquezas de pensamento de quadros, como na ciência, nas artes, e somos o país mais desigual do mundo. E isso não tem a ver com a pobreza, mas com conhecimento.”  Ao finalizar,  Nísia Trindade saudou a Escola, lembrando uma fala de Antonio Ivo. “Ele dizia: 'A ENSP é uma Escola para a saúde, ciência e cidadania, contribuindo, assim, com a sociedade'”. 

Vídeo comemorativo

"Emocionante!" Essa foi a palavra expressada pelo diretor da ENSP, Marco Menezes, em relação ao vídeo de aniversário dos 67 anos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, produzido pela Coordenação de Comunicação Institucional (CCI/ENSP). O vídeo, com pouco mais de três minutos de duração, mostrou imagens da pandemia e das dificuldades enfrentadas pela sociedade diante deste momento tão difícil no qual vivemos. Com fundo musical do grupo Legião Urbana, “Que país é esse?”, o vídeo desperta no telespectador a indignação com o enfrentamento da crise, questões ambientais, mas a esperança de um futuro melhor. A criação ficou por conta do editor de vídeo, Fábio Ferreira, com identidade visual das designers Ana Cláudia Sodré e Tatiana Lassance, sob a coordenação de Rita Mattos, coordenadora da CCI. O diretor, finalizando a primeira etapa das comemorações, agradeceu a equipe da CCI e todos que apoiaram na realização do evento.

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