24/11/2020
Por: Nathália Mendonça (Cooperação Social da Fiocruz)
A quarta edição do Radar Covid-19 Favelas traz em destaque o Especial ACS, reunindo depoimentos de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O informativo também apresenta reivindicações e denúncias realizadas por moradores, trabalhadores e pessoas que atuam em territórios periféricos do Rio de Janeiro. A nova edição pode ser acessada na íntegra aqui.
A seção “Megafone” abre com o informe dos moradores da ocupação Ágatha, localizada no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, que foram desalojados no dia 22 de outubro. Ao todo, 16 famílias incluindo crianças, idosos, uma mulher grávida e pessoas com dificuldade de mobilidade foram despejadas da ocupação sem aviso prévio. Também ocorreu, no dia 3 de novembro, um Ato contra o fechamento do Hospital Geral de Bonsucesso, onde trabalhadores e militantes de movimentos sociais da saúde realizaram a ação visando garantir o emprego dos funcionários e uma reabertura segura após o incêndio que atingiu parte do hospital.
Além disso, são destaques dessa seção: a V Semana dos ACS, realizada online pela Comissão de Agentes Comunitários de Saúde de Manguinhos (Comacs Manguinhos); a falta de água na Maré durante a pandemia e a dragagem do canal São Fernando que está fazendo a Estrada José Cid Fernandes, no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, afundar, deixando moradores da região sem coleta de lixo e com a circulação afetada.
Em “O que tá pegando nas favelas?”, os moradores do Conjunto Habitacional Nabuco de Freitas, no bairro de Santo Cristo, denunciam os problemas de água e esgoto enfrentados durante a pandemia: infestação de insetos, entupimentos e transbordamentos nas caixas de gorduras levam as estruturas ao risco de desabamento. Todas as medidas tomadas até agora foram apenas paliativas, segundo o depoimento. “Plantando e colhendo saúde alimentar na extrema Zona Oeste” traz a história e trabalho da Teia de Solidariedade da ZO - iniciativa que nasceu de uma rede de mulheres negras e periféricas da Zona Oeste do Rio de Janeiro, unidas na pandemia para auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade.
A seção também apresenta informações sobre a V Semana do Agente Comunitário de Saúde, onde foi apresentado o 1º boletim da pesquisa de monitoramento das dificuldades e condições de saúde dos ACS em tempos de Covid-19.
O espaço “Debates” traz o texto de Day Medeiros, professora e ativista sociocultural, que discute as vulnerabilidades das periferias onde, diante da ausência de políticas públicas, surgem trabalhos de base comunitária e resistência coletiva para o combate das desigualdades sociais.
Em “Movimentos Sociais”, o Radar Covid-19 Favelas apresenta uma nota da Comacs Manguinhos alertando sobre a possível descontinuidade dos serviços de saúde no território, devido ao fim do contrato de muitos trabalhadores que receberam aviso prévio e não tiveram os vínculos renovados.
Encerrando a quarta edição do informativo, o “Especial ACS” apresenta depoimentos e relatos de Yolanda Oliveira (Bangu), Maria do Socorro Moreira (Santa Cruz) e Simvione Monteiro (Jacaré), Agentes Comunitárias de Saúde que estão na linha de frente do combate da pandemia do novo coronavírus.
A publicação usa como base de coleta dos relatos as mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, o contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais e busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a Covid-19 em seus territórios para o e-mail radar.covid19@fiocruz.br. O Radar Covid-19 Favelas e o Boletim Socioepidemiológico nas Favelas são iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro e podem ser acessados na página do Observatório Covid-19 da Fiocruz.
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