20/09/2022
Observa Infância / Fiocruz
Dados oficiais da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que começou em 8 de agosto e foi prorrogada até 30 de setembro, mostram que em 2022 a adesão à vacina ainda é baixa. Até 16 de setembro, somente 44% das crianças entre um e quatro anos - população-alvo da campanha - receberam o reforço da vacina contra a doença no Brasil. A meta é que o reforço oral da vacina contra a poliomielite chegue a 11,5 milhões de crianças, mas a duas semanas do fim da Campanha, cerca de 6,4 milhões ainda não receberam o imunizante.
Em 2021, dois de cada três municípios brasileiros não atingiram a meta de vacinar 95% das crianças de até um ano contra a poliomielite. Entre as capitais, somente Vitória, no Espírito Santo, alcançou a cobertura mínima recomendada pelo Ministério da Saúde no ano passado.
O Brasil registra sucessivas quedas na taxa de vacinação contra a poliomielite desde 2016 e que a pandemia agravou o cenário: em 2021, o país registrou a pior cobertura dos últimos 25 anos, quando menos de 75% dos bebês foram imunizados.
Ainda assim, 11 capitais tiveram coberturas vacinais contra a poliomielite abaixo da média nacional em 2021: Teresina (74%), Natal (74%), São Paulo (73%), Porto Velho (72%), Aracaju (71%), Boa Vista (63%), Belém (57%), São Luís (48%), Joao Pessoa (43%), Macapá (39%) e Salvador (30%).
O levantamento é do VAX*SIM, estudo que cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos. A pesquisa é coordenada pelo Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância, iniciativa conjunta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase).
Em 2020, o relatório da Comissão Regional para a Certificação (RCC) da Erradicação da Poliomielite nas Américas (Opas/OMS) expressou preocupação com a possibilidade de reintrodução do poliovírus no Brasil. O país passou a integrar a lista de alto risco para a doença, ao lado de Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela.
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