Destaques
Após a fase de expansão e interiorização da epidemia de Covid-19, o Brasil vive a sincronização das curvas epidêmicas, que se caracteriza pelo espalhamento do vírus em todo o território nacional e pela maior mobilidade da população e circulação do vírus.
A dinâmica ascendente da doença de maneira uniforme, em vários locais e ao mesmo tempo, se deve ao comportamento das pessoas e à dificuldade de bloqueios com base no território.
Com a interiorização, na primeira fase da pandemia, houve clara crise de atendimento e alta mortalidade nas UTIs. No momento em que a pandemia alcançou o interior, já os hospitais estavam sobrecarregados e vários óbitos passaram a ocorrer fora de UTIs.
Quando a defasagem dos tempos epidêmicos poderia trazer uma situação confortável e compensatória, essa oportunidade foi perdida. Com esse processo de sincronização não temos mais essa possibilidade e, com isso, o aumento de casos ou “repique”, mesmo pequeno, pode ocorrer ao mesmo tempo em vários locais, o que gera um volume alto de casos sem possibilidade de atendimento.
Nos próximos meses, a busca por assistência especializada pode aumentar simultaneamente, nas regiões metropolitanas e no interior, provocando novo colapso do sistema de saúde.