29/05/2020
Por: Flávia Bueno (hub Fiocruz / The Global Health Network)
O espaço virtual da Rede Zika Ciências Sociais será o lugar onde todo o seu acervo será publicado. A inauguração do espaço é bastante simbólica no momento em que a Fiocruz completa 120 anos de existência e representa a renovação da missão da Rede para o estudo e intervenção sobre emergências como a da pandemia de Covid-19. Acesse o site da Rede Zika.
Criada em 2016 pela então vice-presidente de Educação, Comunicação e Informação da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a Rede realizou pesquisas e atuou com a comunidade afetada pela epidemia de zika no Brasil. Naquele ano, pela primeira vez na América Latina, o Brasil era o epicentro de uma Emergência de Saúde Pública de importância internacional. O aumento incomum de bebês nascidos com microcefalia e outros distúrbios neurológicos chamou atenção, inicialmente, de médicos de beira de leito do Nordeste; meses depois, o mundo olhava para o país e seus bebês com preocupação.
Essa era claramente uma emergência de saúde pública, mas que precisava de uma resposta coordenada e interdisciplinar. Primeiro pelo caráter ambiental do agente etiológico, o mosquito Aedes Aegypti, que há décadas transmite doenças endêmicas como a dengue. Segundo, pelo seu caráter biológico; as crianças e mães acometidas pela doença. Mas, principalmente, pelo seu aspecto social, e o impacto na vida e no entorno das famílias acometidas que durariam para o resto da vida.
Reunindo esforços de pesquisadores, instituições e da sociedade no sentido de dar uma resposta à essas questões desde a perspectiva das ciências sociais e humanidades foi criada a Rede Zika Ciências Sociais. Seu principal foco são as repercussões e consequências da epidemia do zika na ciência, na saúde e na sociedade. Considerando essas implicações, seu objetivo principal é investigar os processos sociais, políticos e epistemológicos relacionados ao impacto da epidemia do vírus zika, tratando a situação como um problema social e de saúde no Brasil, mas também como uma problema de saúde global.
Em todos esses anos de trabalho, a Rede reuniu cerca de 60 pesquisadores, de 10 unidades da Fiocruz e de outras 15 instituições externas, além de representantes da sociedade civil. Foram publicadas mais de 30 produções bibliográficas entre artigos, capítulos e livros; oito eventos foram organizados, além da produção de diretrizes técnicas e bancos de dados.
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