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Reedição de livro histórico é lançado na Fiocruz Mata Atlântica


04/06/2019

Por: Emerson Rocha (Fiocruz Mata Atlântica)

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Professor Marcus Vinicius apresentando alguns trechos do livro

O Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica (PDCFMA) fez parte das comemorações pelos 119 anos da Fiocruz. O local foi aberto ao público para o lançamento da 2ª edição do livro O Sertão Carioca, escrito por Armando Magalhães Correa e reeditado pelo historiador e pesquisador, Marcus Vinicius Toledo Ribeiro. A data escolhida foi o último dia 27 de maio, quando é celebrado o Dia da Mata Atlântica.

A solenidade contou ainda com as presenças de Cristina Araripe, representante da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação, e Carlos Eduardo Pires Grault Vianna de Lima, assessor da Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas. Eles estiveram na mesa de abertura do evento, que foi comandada pelo coordenador do PDCFMA, Gilson Antunes, na mesa de abertura. Para Cristina Araripe, não tinha lugar melhor para o lançamento dessa obra literária.

“É sempre importante que no CFMA a gente possa reunir pesquisadores e profissionais de diversos setores para debater esse tipo de assunto e acompanhar as ações que são desenvolvidas nas nossas diferentes unidades, como é aqui. A iniciativa foi fundamental para resgatar um tema e uma abordagem histórica, que tem tudo a ver com o trabalho que estamos desenvolvendo dentro da Vice-Presidência ligado a parte de formação de jovens e futuros pesquisadores. Então, além da perspectiva profissional sobre a biodiversidade, no nosso caso, traz a ideia de conhecer melhor a história do local que estamos inseridos”, disse.


Carlos Eduardo Pires completou que a solenidade pode dar início a outras ações para contribuir com os moradores da região

“Essas atividades no CFM são sempre muito interessantes, pois fiz parte do grupo que deu início a vinda da Fiocruz para cá. Até para conhecer a história do território e como podemos ser inseridos, como Fiocruz, afim de trazer benefícios para a população do entorno e do município do Rio de Janeiro por conta de todas as atividades que podemos realizar aqui, de pesquisa que é a minha área no maciço da Pedra Branca. Por isso, o debate é muito importante para conhecermos a história e como o território foi ocupado, o que favorece para que a gente possa desenvolver políticas públicas na área da saúde como mais intensidade no entorno do CFMA”, acredita.

Na sequência, o autor da reedição do livro “O Sertão Carioca”, Marcus Vinicius revelou os motivos que o levaram a lançar a obra e ainda relatou algumas passagens importantes. Segundo ele, o evento já poderia ter ocorrido há algum tempo.

“Comecei a combinar com o Gilson há mais de dois anos, quando levei o filho para ele, que pediu para lançar esse livro aqui no CFMA. Foi enriquecedor, pois tive uma visão mais acadêmica também. Minha área não é história ambiental, mas há um ano e meio passou a ser pelo trabalho de reedição do livro. Foi um trabalho bacana de fazer. Ainda não consegui visitar o que restou do Sertão Carioca, pois sei que ainda há diversos aspectos daquela época. Senti as pessoas interessadas. Fiquei muito contente com a recepção e tudo que foi preparado para esse evento”, relatou.

A visão acadêmica ficou com a responsabilidade dos professores Lise Fernanda Sedrez e Rogério Ribeiro de Oliveira. Com grande experiência no tema sobre a mata atlântica, eles apresentaram suas visões sobre a região da Colônia Juliano Moreira. Para Lise, essa região ainda pode ser mais bem explorada pelos cariocas.

“É muito especial, que afinal é o tema do Livro do Magalhães Correa. “O Serão Carioca” é uma provocação para a cidade do Rio de Janeiro comece a olhar o seu entorno e a Mata Atlântica, não como oposição, mas sim como parte integrante da história e da experiência da cidade. Ter esse evento que celebra essa publicação, que o coloca em uma perspectiva histórica e do trabalho da Fiocruz aqui na Colônia. Adorei ver a participação de servidores da Fiocruz, professores e pesquisadores de fora, além de moradores da comunidade. Foi uma experiência maravilhosa”, destacou a professora adjunta de História da América no Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Já Rogério Ribeiro, que é professor associado do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, o CFMA foi fundamental para que o encontro tenha sido um sucesso.

“É um tipo de evento que só a Fiocruz poderia fazer, que é resgatar o passado para pensar o futuro. Achei uma boa organização e as falas se complementaram, o que dá uma boa base para o pessoal que está pesquisando daqui para frente. Não tem como pesquisar sem saber a história do território. Me emocionou muito pelo fato de ser o Dia Mundial da Atlântica e a gente entender que a mata atlântica é um processo histórico, e não é uma coisa isolada da sociedade. Isso deu uma liga legal nos temas abordados”, afirmou.

A primeira edição do livro “O Sertão Carioca” teve como propósito principal documentar o modo irresponsável pelo qual parte da Mata Atlântica da então capital federal vinha sendo deflagrada. Esses danos aumentaram bastante nas últimas décadas, fato este que mantém a atualidade do conteúdo e torna oportuna sua reedição. Essa nova publicação foi elaborada após edital e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e lançada pela editora Contra Capa, em 2017.

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