30/09/2013
Uma parceria entre três unidades da Fiocruz resultou na produção do documentário Paracoco: uma endemia brasileira. O vídeo, legendado em espanhol e em inglês, será lançado no dia 3 de outubro, às 14h, no auditório do Museu da Vida Fiocruz.
A produção busca, por meio da linguagem audiovisual direcionada a um público amplo, abordar a doença (também conhecida como pcm, pbmicose, micose do capim), que é endêmica e negligenciada na América Latina - o Brasil detém 80% dos casos.
Para a composição do vídeo, equipes da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) , reuniram entrevistas com profissionais da saúde e portadores da doença, além de imagens do trabalho rural em várias regiões do Brasil.
A paracoccidioidomicose não é contagiosa e tem cura, mas causa graves sequelas, inclusive a morte, se não for diagnosticada e tratada precocemente. É mais comum em homens em idade produtiva, entre 30 e 50 anos. Em muitos casos, é confundida com a tuberculose, pois também pode apresentar-se apenas como um sintomático respiratório com tosse persistente. Alguns de seus principais sintomas são: feridas na boca, garganta e nariz; emagrecimento e fraqueza; rouquidão; falta de ar; perda dos dentes; e ínguas (caroços, gânglios) no pescoço ou na virilha.
A doença possui duas apresentações clínicas básicas, a forma tipo adulto e a forma tipo juvenil, que é mais rara. O indivíduo pode ter contato com o fungo e manifestar a doença imediatamente ou, muitos tempo depois, ou seja, ele pode ficar inativo no organismo. O fungo, contraído através da respiração, vive no solo das plantações. Por isso, a paracoccidioidomicose aparece principalmente entre trabalhadores rurais, marceneiros, jardineiros, tratoristas, pequeno trabalhadores rurais etc. Vale lembrar que a doença não é contagiosa, nem transmitida por alimentos ou objetos de uso pessoal.
Disponível em algumas unidades da rede pública. Os medicamentos mais usados devem ser distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os doentes também podem ter acesso ao diagnóstico e tratamento por meio do Programa de Saúde da Família. No Rio de Janeiro, o Ipec/Fiocruz é um dos centros de referência para a doença.