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Instituto Nacional Fernandes Figueira completa 89 anos comemorando conquistas

Criança sendo atendida por um médico

25/04/2013

Por Irene Kalil

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O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) completa, nesta sexta (26/4), 89 anos de existência. A comemoração será realizada na segunda-feira (29/4), às 11 horas, com palestras da coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde (MS), Maria Esther Vilela, e da consultora de gestão em saúde do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, Laura Schiesari, no Centro de Estudos Olinto de Oliveira.

Além do aniversário, há muito que celebrar. Do início de 2013 até agora, somam-se inúmeras conquistas. Em janeiro, o Instituto lançou, pela primeira vez, o Edital do Programa de Incentivo à Pesquisa. Voltado a novos pesquisadores, o edital visa fortalecer o papel estratégico da pesquisa na unidade. Ao todo, estão sendo apoiados 20 projetos com o objetivo de estimular a geração e difusão de conhecimentos que possam ser aplicados a problemas concretos nas áreas de atuação do Instituto.

Este ano também tem sido um marco para a atenção à saúde na instituição. Em fevereiro, começou a ser realizado um novo tratamento para a síndrome de transfusão feto-fetal (STFF), que ocorre em gestações gemelares nas quais a mulher possui apenas uma placenta nutrindo os dois fetos em bolsas amnióticas distintas. A coagulação a laser por fetoscopia das anastomoses vasculares consiste numa intervenção que, embora cirúrgica, é minimamente invasiva e usualmente realizada em associação com o exame de ultrassonografia. Especialistas envolvidos no procedimento afirmam que, se o diagnóstico e o tratamento para a STFF forem efetuados no início da gravidez, as chances de sobrevida de ambos os bebês pode chegar a 65%. A implantação do tratamento no Instituto é fruto de uma parceria com professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Residência multiprofissional

No âmbito da formação, houve avanços significativos. A residência multiprofissional em saúde da criança e do adolescente cronicamente adoecidos, uma das poucas voltadas à saúde da criança no país, conseguiu, por meio de edital conjunto dos ministérios da Educação e da Saúde, a ampliação das bolsas, passando a oferecer um total de 14 vagas, o dobro do que era oferecido até o ano passado. O curso, que recebe profissionais das áreas de farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, serviço social e terapia ocupacional, tem como seus maiores diferenciais o fato de ter 80% de sua carga horária de atividades práticas e a busca permanente por promover, de fato, uma formação que permita aos profissionais olharem o usuário como um todo, prestando um cuidado integral.

Já a Escola de Saúde, que visa reunir cursos da Fiocruz de interesse para profissionais de saúde e esferas de governo, está a pleno vapor. Um portfólio físico encontra-se em fase de finalização com o objetivo de facilitar a divulgação das formações disponíveis na instituição voltadas às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS). É o caso do mestrado profissional em saúde da criança e da mulher, destinado a profissionais diretamente envolvidos na implementação da Rede Cegonha e ministrado na unidade regional da Fundação em Brasília. A participação do IFF no projeto consolida seu papel como instituto nacional também no ensino voltado a sua área de atuação.

Este ano vem sendo relevante, ainda, para o fortalecimento da unidade como referência na atenção de alta complexidade. Recentemente, o Instituto foi designado, por portaria do Ministério da Saúde (MS), como um dos 28 estabelecimentos de saúde em todo o país habilitados a realizar o teste do suor com dosagem de cloretos. O procedimento é utilizado no diagnóstico da fibrose cística ou mucoviscidose, doença de origem genética que, devido a alterações na produção de secreções corporais, que se tornam mais espessas e em maior quantidade, acaba por comprometer, principalmente, os sistemas respiratório e gastrointestinal. O IFF é considerado referência no atendimento a portadores da fibrose cística e realiza, além do teste do suor, o teste da diferença do potencial nasal (DPN), que avalia a função da proteína alterada em usuários com a doença.

Osteogênese Imperfeita

Ainda no âmbito das doenças raras, o Instituto realizou, este mês, a II Reunião Técnica Nacional dos Centros de Referência em Osteogênese Imperfeita (Crois) e Núcleos da Associação Brasileira de Osteogênese Imperfeita (Aboi). O encontro teve como proposta fazer uma revisão da Portaria SAS/MS nº 714, de 17 de dezembro de 2010, que define, de forma simplificada, o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas relacionadas ao tratamento da doença no SUS. Desde 2001, o IFF é coordenador das informações clínicas dos centros de referência de todo o país, e, em 2010, lançou um banco de dados com capacidade para incorporar informações clínicas, laboratoriais, ortopédicas, fisioterapêuticas e terapêuticas de usuários cadastrados nos Crois. O Banco Nacional de OI tem possibilitado ao Instituto consolidar sua missão de gerenciar o manejo clínico de doenças de alta complexidade e de fomentar ações pela melhoria da qualidade e da expectativa de vida dos pacientes.

Em relação ao seu pioneirismo na criação e gestão de projetos e programas que qualificam e humanizam os serviços oferecidos, entendendo a saúde em seu conceito mais amplo e integral, o IFF deu alguns passos importantes. Apoiadores institucionais da Política Nacional de Humanização (PNH) no Instituto participaram do 3º Seminário de Humanização da Macrorregional Sudeste, em Vitória, cujo objetivo foi propiciar articulações e a troca de experiências de humanização da atenção e da gestão na rede pública de saúde brasileira. A PNH, criada em 2003 pelo Ministério da Saúde, vem se consolidando como uma estratégia de gestão mais democrática no Instituto por meio da discussão e da pactuação coletiva de soluções para os desafios enfrentados na unidade.

Em abril, o Instituto também comemora o primeiro aniversário do seu Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais (Napec). Criado em 2012, o Napec reúne projetos e parcerias que buscam, por meio do trabalho voluntário, promover espaços de cultura, educação e entretenimento para crianças e adolescentes em situação de internação hospitalar ou atendimento ambulatorial e suas famílias. A atuação do Núcleo se dá em todos os espaços do Instituto com atividades que vão desde a leitura e o trabalho com mídias interativas até o desenvolvimento de aulas individuais da classe hospitalar, convênio com a Secretaria Municipal de Educação que garante aos usuários internados a continuidade de sua formação escolar.

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