10/10/2023
João Pedro Sabadini (Agência Fiocruz de Notícias)
A Fiocruz divulga, nesta quarta-feira (11/10), o novo boletim InfoGripe. A análise aponta manutenção de sinal de crescimento do número de novos casos semanais de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associados à Covid-19, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 40, de 1° a 7 de outubro, a pesquisa tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 9 de outubro.
Os estados que apresentam aumento nas internações por Covid-19 e requerem mais atenção são Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal. Em relação às capitais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo indicam crescimento em decorrência da Covid-19.
A última atualização do InfoGripe destacou que o estado do Amazonas apresentava indício sugerindo aumento da doença, mas isso não se confirmou. "Talvez tenha sido apenas uma oscilação natural ao longo das semanas, como é o caso do restante dos estados das regiões Norte e Nordeste. Mas é importante manter atenção nas próximas semanas para verificar se há uma manutenção desse ritmo ou se apresentará aumento", observa p coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Quanto aos casos gerais de SRAG no país, detectou-se sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). Já para os vírus da influenza A e para o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o cenário é de estabilidade ou queda na maioria dos estados brasileiros. O quadro de rinovírus também apresenta desaceleração em boa parte do país.
Mesmo com o crescimento mais restrito aos estados do Centro-Sul do país, o pesquisador reforça o apelo à população para manter a vacinação da Covid-19 em dia. “Mantemos a nossa convocação para a vacinação. É fundamental que a população esteja vacinada de acordo com as doses especificadas para cada faixa etária”, afirma Gomes.
Estados e capitais
Nesta atualização, sete estados apresentaram sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. Em Pernambuco, o crescimento se concentra nas crianças.
No Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, o destaque se observa nas faixas etárias da população adulta, com ênfase nos casos de Covid-19, assim como no Distrito Federal, onde também há aumento nas ocorrências em idosos.
Goiás apresenta um ligeiro aumento nos positivos para a Covid-19 na população a partir de 65 anos. No Amazonas, como dito anteriormente, o sinal apresentado na outra atualização não se manteve, sugerindo tratar-se de oscilação, apenas; situação que se repete também no Acre e em Sergipe.
Em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo observa-se um aumento principalmente nas faixas etárias avançadas. Contudo, a capital carioca aponta para uma desaceleração no crescimento.
Já em Aracaju, o foco está nas crianças e pré-adolescentes. Curitiba e Goiânia apresentam sinais compatíveis com oscilação.
Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (1,4%), influenza B (0,5%), vírus sincicial respiratório (8,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (50,4%).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: influenza A (1,6%), influenza B (1,6%), vírus sincicial respiratório (1,6%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (84,7%).
Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 144.429 casos de SRAG, sendo 55.988 (38,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 72.909 (50,5%) negativos, e ao menos 7.895 (5,5%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 8,2% são influenza A; 4,3% são influenza B; 37,1% são VSR; e 30,9% Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 1,4% para influenza A; 0,5% para influenza B; 8,8% para VSR; e 50,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
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