04/05/2023
Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)
Divulgado nesta quinta-feira (3/5), o novo Boletim do InfoGripe da Fiocruz alerta para o aumento dos casos associados aos vírus influenza A e B em diversos estados. A análise aponta ainda a redução do Sars-CoV-2 (Covid-19) em várias unidades federativas, predominante na população adulta. No quadro geral, o estudo mostra o crescimento do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) entre crianças, enquanto a Covid-19 mantém predomínio em adultos. Nas últimas quatro semanas, o VSR foi responsável por 48,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo, enquanto o Sars-CoV-2 foi identificado em 29,5%. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 16, período de 16 a 22 de abril.
Na Bahia, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, foi observado o aumento de SRAG em diferentes faixas etárias. No Espirito Santo, no Maranhão, no Pará, na Paraíba, no Rio Grande do Norte, em Rondônia e em Sergipe, o InfoGripe observou sinal de aumento de SRAG concentrado fundamentalmente no público infantil, na maioria desses estados decorrente do VSR. No Acre, em Alagoas e no Tocantins, o sinal ainda é compatível com oscilação em período de baixa atividade
"Embora para o VSR ainda não tenhamos vacina disponível, levar às crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a Covid-19 reduz a chance das crianças terem problemas respiratórios por esses outros vírus que também são perigosos. Isso diminui a própria exposição das nossas crianças ao sincicial nos hospitais e postos de saúde", ressaltou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Dezessete estados apresentam indícios de crescimento Sars-CoV-2 (Covid-19) na tendência de longo prazo (últimos seis meses): Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
"Entre a população adulta, embora o Sars-CoV-2 mantenha-se predominante, já se observa sinal de redução do impacto desse vírus. Em contrapartida, é possível observar aumento recente nos casos associados aos vírus influenza A e B em diversos estados. Já nos pequenos (crianças até 2 anos de idade), o vírus sincicial respiratório segue gerando um volume muito grande de internações em todo o país, superando inclusive os casos notificados de SRAG por Covid-19 que afeta todas as idades", destaca o pesquisador Gomes.
Capitais e casos de SRAG no país
Entre as capitais, 11 apresentam crescimento: Aracaju, plano piloto e arredores de Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Maceió, Natal, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís. Em nível nacional, nos casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, há sinal de queda nas tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) e de curto prazo (últimas 3 semanas).
No ano epidemiológico 2023, já foram notificados 49.983 casos de SRAG, sendo 19.250 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 22.804 (45,6%) negativos, e ao menos 4.926 (9,9%) aguardando resultado laboratorial.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 4,2% são influenza A; 4% influenza B; 37% VSR; e 44% Sars-CoV-2. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,1% para influenza A; 6,2% para influenza B; 48,6% para VSR; e 29,5% para Sars-CoV-2.
"A partir de método similar ao utilizado para estimar o total de novos casos semanais de SRAG, levando em conta a oportunidade de digitação no Brasil e em cada unidade da federação, também é possível estimar o número de novos casos por faixa etária. No quadro nacional, verifica-se sinal heterogêneo nas diferentes faixas etárias no agregado", informou Gomes.
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