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Inaugurada em São Paulo a Plataforma Científica Pasteur-USP

Inauguração da plataforma

05/07/2019

Por: Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)

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Nesta quinta-feira (4/7), o Instituto Pasteur, fundação francesa de pesquisa em prevenção e tratamento de doenças infecciosas, inaugurou na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, a Plataforma Científica Pasteur-USP. A plataforma é resultado de uma parceria científica entre o Pasteur, a USP e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assinada em junho de 2015. Nela, serão desenvolvidas pesquisas voltadas para o estudo de agentes patogênicos emergentes, cujas infecções podem provocar danos no sistema nervoso central, como os vírus da zika, dengue, febre amarela e influenza, além de protozoários como os tripanossomas causadores da doença do sono. O principal objetivo será desenvolver métodos para prevenir epidemias dessas enfermidades.

“Esta cooperação tripartite é crucial para o avanço do conhecimento e a promoção da equidade - um desafio histórico em nosso país -, e para pesquisa nos campos biomédico e de saúde pública. Trata-se de promover ações conjuntas em ciência, tecnologia, inovação e capacitação de recursos humanos”, destacou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, durante o lançamento da Plataforma, no campus da USP, em São Paulo.

Localizada no Centro de Pesquisa e Inovação (Inova USP), em uma área de 1.700 m², a plataforma será composta por 17 laboratórios, dos quais quatro são de pesquisa de nível de biossegurança três, equiparáveis aos parâmetros internacionais, onde serão estudados patógenos de alto risco. O investimento previsto é de cerca de R$ 40 milhões, sendo R$ 15 milhões em equipamentos.

A inauguração ocorreu durante o Encontro Regional Américas da Rede de Institutos Pasteur (RIIP), que envolveu pesquisadores da Guiana Francesa, Guadalupe, Canadá, Uruguai, Costa Rica, França e Brasil, do dia 3 ao 5 de julho, na USP. Durante o evento, um simpósio discutiu desafios relacionados às doenças emergentes e resistência a antibióticos, com participação de diversos pesquisadores da Fundação. Além disso, um encontro no penúltimo dia do evento contou com a participação da presidente da Fiocruz e tratou o tema da cooperação entre as instituições da rede.

Para Nísia, as cooperações científica e tecnológica devem colaborar com a resposta a alguns desafios contemporâneos. Entre eles, ela destaca a saúde pública de precisão, uma forma de lidar com os novos avanços da medicina, como Big Data, e os recentes desenvolvimentos no campo da terapia genética, levando em conta as necessidades de sistemas universais de saúde, como o Sistema Único de Saúde (SUS). A presidente defende que iniciativas já existentes, como o programa Inova Fiocruz, lançado recentemente, pode contribuir e, ao mesmo tempo, beneficiar-se de uma ação recíproca das atividades a serem realizadas e reforçadas pela Plataforma recém-lançada. Da mesma forma, cooperações bilaterais já em curso, como a Plataforma Translacional em colaboração com a USP de Ribeirão Preto, também devem trabalhar sinergicamente com a nova iniciativa, buscando fortalecer as parcerias.

Uma outra possibilidade que também vem sendo discutida é a criação de um centro do Instituto Pasteur no Brasil, no Parque Eusébio de Tecnologia, nas instalações da Fiocruz Ceará, inauguradas em 2018. “Há muitas possibilidades, inspiradas em Louis Pasteur, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Samuel Pessoa, Luiz Hildebrando, entre muitas outras referências de pesquisas científicas que visam resolver os principais problemas de saúde. Tenho certeza de que avançaremos nas contribuições para a ciência e educação tão importante para nossos países e para a saúde global na sociedade contemporânea”, afirmou Nísia, lembrando alguns dos grandes cientistas que fizeram história nas três instituições.

Até o momento, oito pesquisadores de nível sênior já foram selecionados pelos parceiros para iniciar suas pesquisas na Plataforma Pasteur-USP. São eles: Paola Minoprio (Instituto Pasteur de Paris – departamento de Global Health), Paolo Zanotto (ICB-Microbiologia), Edison Durigon (ICB-Microbiologia), Patrícia Beltrão Braga (USPLeste/ICB), Jean Pierre Peron (ICB-Imunologia), Eduardo Massad (FM-USP), Helder Nakaya (FCF-USP) e Pedro Teixeira (Ensp-Fiocruz). Todos manterão suas vinculações às unidades de origem e dedicarão parte de suas pesquisas à plataforma.

A partir de 2020, serão selecionados anualmente mais três grupos de jovens pesquisadores para integrar a equipe. No total, espera-se que a plataforma tenha de 80 a 100 pesquisadores. O projeto é coordenador por Luís Carlos Ferreira, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, e Paola Minoprio, diretora de Pesquisa do Instituto Pasteur.

 

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