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Fiocruz vai produzir mais de 8 milhões de cápsulas de Oseltamivir

Pessoas trabalhando na produção do medicamento

25/06/2018

Por: Alexandre Mattos (Farmanguinhos/Fiocruz)

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A chegada do inverno traz a preocupação com uma possível epidemia de influenza, mais conhecida como gripe. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, foram registrados 3.122 casos em todo o país até 16 de junho, levando 535 pessoas ao óbito. Do total, 1.885 notificações e 351 mortes foram por H1N1. Para enfrentar este cenário, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) finaliza a produção de mais de 8 milhões de cápsulas do antiviral Oseltamivir 75 mg, considerado o mais eficiente contra a enfermidade. A unidade ressalta que o medicamento não substitui a vacina contra a gripe que, por sua vez, está disponível em todos os postos de saúde do país até a próxima sexta-feira (22/6).

Ao todo, serão disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) 867.650 tratamentos de Oseltamivir 75 mg para pessoas acima de 40 quilos. Farmanguinhos/Fiocruz produz ainda o medicamento na concentração 45 mg, voltado para crianças entre 15 e 23 quilos. Além disso, a unidade trabalha no desenvolvimento de uma nova formulação de 30 mg, destinada a crianças abaixo de 15 quilos, além de cobrir também a faixa de peso entre 23 e 40 Kg, com a administração de duas cápsulas.

“No momento, temos a etapa de desenvolvimento tecnológico do medicamento concluída, e estamos iniciando os estudos de bioequivalência frente ao produto de referência, de modo a avaliar a disponibilidade do medicamento no organismo do ser humano. Finalizados todos os testes, podemos solicitar registro à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, explica Graça Guerra, gerente do projeto na Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico da unidade. Segundo ela, a previsão é de que, em 2019, Farmanguinhos/Fiocruz entre com pedido de registro junto ao órgão regulatório.

Produção emergencial

O Instituto demonstrou mais uma vez sua missão estratégica para o país em 2009, quando, no auge da pandemia da influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, a unidade desenvolveu o Oseltamivir e, com a obtenção do registro na Anvisa, produziu 2,1 milhões de cápsulas em caráter emergencial. Ao longo desses anos, Farmanguinhos fabricou mais de 50 milhões de unidades farmacêuticas do antiviral. Atualmente, tem capacidade instalada para produzir até cinco milhões de cápsulas do medicamento por mês.
 

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