08/03/2022
Fiocruz Amazônia
Entre janeiro e fevereiro deste ano, o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) fez a doação de 27 mil máscaras de proteção contra Covid-19 para comunidades indígenas distribuídas no Amazonas e em outros estados da Amazônia Brasileira. A distribuição do material, a cargo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), tem por objetivo reforçar as ações de prevenção contra a Covid 19, e suas variantes, tanto nas áreas situadas em perímetros urbanos como nas aldeias isoladas e casas de saúde indígena atendidas pelas duas entidades. Para as ONGs, as máscaras são importantes aliadas no combate à contaminação entre os indígenas, sobretudo os aldeados em situação de vulnerabilidade devido ao contato com os não-indígenas.
Para as ONGs, as máscaras são importantes aliadas no combate à contaminação entre os indígenas, sobretudo os aldeados em situação de vulnerabilidade devido ao contato com os não-indígenas (foto: Fiocruz Amazônia)
A Coiab, que atua em nove estados da Amazônia Brasileira e está articulada com uma rede composta por associações, federações regionais e organizações indígenas, informa que fará a distribuição dos utensílios a partir de um mapeamento realizado pela entidade. “Estamos trabalhando desde 2020 a importância do autocuidado junto aos indígenas. Porém, o custo das máscaras aumentou muito e essa tem sido uma das principais barreiras de acesso a esse equipamento de proteção individual”, explica a coordenadora da Coiab, Nara Baré. Ela lembra que ainda há o temor de que a doença acometa gravemente pessoas que não estão imunizadas. “A máscara é um fator importante para o nosso bem-estar”, afirmou, admitindo que existe demanda principalmente nas casas de saúde indígenas. “Todo material doado é muito bem-vindo”, frisou.
Para a Foirn, foram enviadas, no total, 10 mil máscaras a serem encaminhadas pela Fundação de Vigilância em Saúde Dra Rosemary Costa Pinto para o município de São Gabriel da Cachoeira, no Noroeste amazônico, onde foi registrado um aumento de 2.988% nos casos de Covid-19 somente no mês de janeiro. O município é considerado como o mais indígena do Brasil, reunindo 23 etnias, distribuídas em 750 comunidades, e faz fronteira com a Colômbia e a Venezuela. “Nesse caso, demos uma atenção urgente ao atendimento em virtude do avanço significativo nos casos e a tendência de aumento”, explica a diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken. No mês de janeiro, o município contabilizou 1.368 novos casos da doença.
A diretora Adele Benzaken destaca que os estudos e pesquisas envolvendo as populações indígenas sempre foram prioridade na história da Fiocruz Amazônia. “Durante a pandemia, estabelecemos uma parceria importante sobretudo na parte de formação para as lideranças indígenas e conselheiros de saúde, juntamente com a Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei) Manaus, com orientações sobre prevenção à Covid-19, a importância da vacinação e o combate às fake news”, complementou.
Mais em outros sítios da Fiocruz