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Fiocruz celebra Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência


14/02/2022

Erika Farias /CCS

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Debater a participação igualitária das mulheres na área científica. Esse é o objetivo do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado, desde 2016, em 11 de fevereiro. Este ano, na Fiocruz, a data será estendida com uma programação de cerca de um mês de atividades. A abertura do evento aconteceu ao vivo, na última sexta-feira (11/2), no programa Sexta de Conversa, com a presidente da instituição, Nísia Trindade Lima. Assista aqui ao programa.

 

Para falar sobre o cenário que meninas e mulheres cientistas (além das que almejam esse caminho) enfrentam, foram convidadas para o primeiro Sexta de Conversa de 2022: a vice-presidente de Pesquisa, Educação e Informação, Cristiani Vieira Machado; a ex-diretora da Fiocruz Minas, que acaba de assumir a Coordenação de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz, Zélia Profeta; além das coordenadoras colegiadas do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Hilda Gomes e Roseli Rocha. O programa foi apresentado por Wagner Oliveira, da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz.

Desafios

Nísia Trindade Lima abriu o programa falando sobre os grandes desafios da atualidade. “Um desafio é a emergência e o outro é a recuperação. Como reconstruir os processos sociais diante de uma crise que é sanitária, e ao mesmo tempo econômica e social?”. A presidente também falou sobre as iniquidades que a pandemia aprofundou. “Ela trouxe o aumento da desigualdade e retrocessos em alguns campos em que se via alguns avanços, e um desses campos é a equidade de gênero”, afirmou.

Assista ao vídeo da presidente Nísia Trindade Lima falando sobre a data.

A vice-presidente da VPEIC, Cristiani machado, fez uma breve apresentação sobre o Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz. “A data, que foi proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, virou um programa estruturado na Fiocruz em 2019. O objetivo é valorizar a atuação de mulheres cientistas e chamar a atenção para todos os obstáculos que se colocam na trajetória e atuação de mulheres e meninas neste campo de conhecimento”, disse. “A data é também de posicionamento, de buscar ações políticas e institucionais para reverter esse quadro”, concluiu.

Segundo dados da ONU, apenas um em cada três pesquisadores de ciência e engenharia no mundo é mulher. Além disso, as mulheres são apenas 28% do total de graduados em engenharia e 40% nas áreas de ciência da computação e informática. As pesquisadoras também tendem a ter carreiras mais curtas e menos bem pagas. Diante desses números, o novo cargo da ex-diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, foi bastante comemorado, especialmente entre as mulheres da Fundação. “Mais uma mulher atuando em nível estratégico, e mais uma preta. Isso é muito significativo considerando o país que a gente vive, em que tivemos mais de 300 anos de escravidão”.

A coordenadora também reforçou a necessidade de gestores e a alta direção das unidades estarem envolvidos com o programa. “Não é algo pontual. Precisamos pensar em políticas públicas para a redução de desigualdades”, afirmou Zélia, complementada pela presidente Nísia. “A nossa instituição tem que trabalhar internamente e junto à sociedade na proposição de políticas públicas que nos levem a uma sociedade efetivamente democrática.”

 

Dimensões da desigualdade

A educadora do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz, e coordenadora colegiada do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Hilda Gomes, falou sobre a garantia de direitos. “Isso é o que nos move. É fundamental entender que políticas públicas são necessárias para que todas essas ações que podem parecer pontuais sejam orgânicas e avancem num resultado positivo para além da Fiocruz, para toda a sociedade”, argumentou.

- Como disse Conceição Evaristo, ‘o esperançar é que nos move’. Então, apesar do contexto em que estamos vivendo, temos que continuar descontruindo esse pensamento e transformando-o em ação. Já passamos muito tempo no período de reflexão. Agora a gente precisa agir para que todos os nossos programas cheguem a quem precisa.

Para a assistente social do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF) e coordenadora colegiada do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Roseli Rocha, não podemos pensar na questão da desigualdade sem colocá-la numa perspectiva de totalidade. “Embora nosso foco hoje seja na questão de gênero, as desigualdades são síntese de múltiplas determinações: de gênero, de raça, de etnia, de classe. Vivemos em uma sociedade estruturalmente racista, machista, heterossexista e classista, então o impacto dessas desigualdades será sentido mais fortemente nessas populações, e em especial, nas mulheres negras, moradoras de favela ou periferia”, afirmou.

Mulheres e Meninas na Fiocruz

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é organizado, na Fiocruz, pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), com participação do Fórum de Divulgação Científica. Toda a programação do evento pode ser conferida aqui ou na página oficial do programa, no Portal Fiocruz.

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