09/11/2018
Fonte: Fiocruz Bahia
A Fiocruz Bahia está apoiando as atividades da Associação Internacional de Retrovirologia, no Dia Mundial do HTLV, 10 de novembro. No âmbito nacional, as ações de conscientização sobre a infecção do Vírus Linfotrópico da Célula T Humana (HTLV) começam já na sexta-feira, dia 9, com iluminação colorida de monumentos representativos do Rio de Janeiro e São Paulo, como o Cristo Redentor e o Castelo Mourisco, ícone da Fiocruz. Também, vários eventos públicos como palestras e passeatas serão feitos em combate à doença. Em Salvador, no sábado (10/11), haverá uma caminhada no Dique do Tororó, às 9h, com concentração no mirante do local.
Os eventos têm como objetivo difundir informações sobre o vírus para acabar com estigmas sobre a doença e erradica-la mundialmente. Para a pesquisadora da Fiocruz Bahia e médica imunologista Fernanda Grassi, as ações que acontecerão durante o final de semana serão significativas: “Sem dúvida, será um dia muito importante para conscientizar a população e informar os profissionais de saúde, porque muitos deles, inclusive médicos, desconhecem essa infecção, o vírus, as vias de transmissão e as doenças associadas”, afirmou.
Edgar Carvalho, imunologista e pesquisador da Fiocruz Bahia, pontua como a doença carece de investigação pela comunidade científica e a necessidade de disseminação de informações para a sociedade e para os profissionais de saúde: “Exatamente pelo fato de o HTLV ser uma doença negligenciada, que os médicos e a população têm pouco conhecimento, o Dia Mundial do HTLV é de extrema relevância. Esse dia vai chamar a atenção da população e dos profissionais da área da saúde, de uma forma geral. Todos eles podem estar envolvidos com isso ao saber da importância dessa infecção viral e eles vão começar a procurar mais sobre”, concluiu.
O químico e imunologista, Johan Van Weyenbergh, pesquisador associado Associação Internacional de Retrovirologia, ressalta a importância da mobilização para combate à doença no dia Mundial do HTLV. “Essas pessoas são condenadas ao ostracismo, empurradas ainda mais para a pobreza. É criado um ambiente no qual o vírus continuará a prosperar devido à falta de conscientização. Precisamos nos manifestar e agir. Espero que o Dia Mundial do HTLV seja o primeiro passo”, disse.
Sobre o vírus
Com a incidência de 5 a 10 milhões de pessoas infectadas no mundo, o HTLV é um retrovírus que pertence à mesma família do HIV, que infecta um dos tipos de células humanas de defesa, os linfócitos T. As principais formas de transmissão são através da relação sexual, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas. Existem dois tipos desse vírus: o HTLV-I, que se associa a doenças graves neurológica, generativas e hematológicas, e o HTLV-II, que não está ligado a nenhuma doença determinada.
Em 2017, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizarfam um estudo que mostrou Salvador como a cidade que tem maior número de infecções por HTLV-1, por volta de 40 mil pessoas. Junto com o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (LACEN BA), outra pesquisa feita pelo IGM aponta que a Bahia tem 130 mil pessoas infectadas. No Brasil, cerca de 800 mil pessoas convivem com o vírus, que ainda não há cura.
Diferente do HIV, que destrói o sistema imunológico, o HTLV causa alterações sistêmicas, que alteram a qualidade de vida. Ainda, causa doenças como Leucemia Linfoma de Células T do Adulto, incontinência urinária, disfunção erétil e mielopatia degenerativa, que causa problemas neurológicos.
Confira abaixo o vídeo em que a pesquisadora Fernanda Grassi esclarece dúvidas sobre a infecção:
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