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Exposição doméstica a agrotóxicos no Rio de Janeiro é tema de pesquisa


02/03/2015

Por Tatiane Vargas/ Ensp

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Os agrotóxicos são substâncias com elevado nível de toxidade e representam um importante problema para a saúde humana, principalmente devido ao uso descontrolado tanto no meio rural quanto no meio urbano. Nas zonas rurais, os agricultores fazem uso dessas substâncias sem cuidados e critérios de racionalização da mistura e quantidades utilizadas. No meio urbano o uso de agrotóxicos também acompanha o mesmo panorama, utilizados no uso doméstico, para o combate a insetos; por empresas especializadas no serviço, as chamadas dedetizadoras; e até mesmo em campanhas de saúde pública. A baixa seletividade no uso dessas substâncias pelo homem traz grandes prejuízos tanto para os organismos que são alvos, quanto para quem sofre a ação tóxica desses compostos.

Pensando em estabelecer valores de referência para a população carioca exposta ambientalmente a essas substâncias, pesquisadores do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Cesteh/Ensp/Fiocruz) estão desenvolvendo o projeto Avaliação da exposição a agrotóxicos na população da cidade do Rio de Janeiro: construção de valores de referência como contribuição para a vigilância em saúde no país. O objetivo é criar, por meio de análises laboratoriais da urina da população exposta e aplicação de questionário, um valor de referência para metabólitos de duas classes de agrotóxicos: piretróides e organofosforados.

O destaque da avaliação para as duas classes de agrotóxicos é devido à sua ampla utilização nas áreas urbanas e rurais, e pela carência de estudos que caracterizem o padrão de exposição ambiental da população brasileira a essas substâncias. A perspectiva da pesquisa é suprir uma carência na legislação do país, que não possui valores de referência para humanos sobre diversas classes de agrotóxicos. Apenas água e alimentos possuem regulação. Em muitos países do mundo estudos sugerem a necessidade de monitoramento da população para entender o perfil da exposição e seus riscos associados. Delinear esse perfil permitirá conhecer os níveis aos quais a população do Estado do Rio de Janeiro está exposta, além de possibilitar concluir valores de referência adequados à realidade do país.

Em entrevista concedida pela pesquisadora Ana Cristina Simões Rosa, é possível saber mais informações sobre a pesquisa.

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