05/04/2019
Por: Everton Lima (IFF/Fiocruz)
Foi realizado, em 26/3, o 1º Workshop de cuidado compartilhado para crianças em condições crônicas complexas, no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Organizado pela Pediatria do Instituto, o encontro teve o objetivo de apresentar as estratégias de cuidado compartilhado entre o ambulatório de pediatria, unidades de internação do IFF/Fiocruz e a atenção primária de saúde do município do Rio de Janeiro para crianças com condições crônicas complexas de saúde. Iniciando a mesa de abertura, o pediatra e gestor dos ambulatórios da área de Atenção Clínica à Criança e ao Adolescente do IFF José Augusto de Britto saudou os presentes. “Esse é um evento que está dentro da proposta de crescimento e desenvolvimento dos nossos ambulatórios e vem de toda uma experiência necessária e que estamos adquirindo a partir do projeto”, explicou ele.
A seguir, o coordenador de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz Antonio Albernaz avaliou que era mais um evento que reconhece a mudança do perfil epidemiológico reconhecendo e incluindo as crianças com condições crônicas complexas de saúde. “Hoje, abordar crianças com condições crônicas complexas de saúde é uma obrigação de qualquer formação e, principalmente, da equipe multidisciplinar. Por isso, é muito importante que haja uma integração do hospital para uma atuação junto a rede, em especial com a atenção básica, para possibilitarmos a melhor qualidade de vida possível a essas crianças", concluiu ele.
Encerrando a mesa de abertura, o diretor do IFF/Fiocruz, Fábio Russomano, declarou que o Projeto de Cuidado Compartilhado é um grande ganho porque consolida práticas que já vinham sendo implementadas no Instituto e ainda aperfeiçoa e sistematiza a informação. “É uma iniciativa decorrente do nosso planejamento estratégico e motivo de orgulho pelo fato de estar se profissionalizando e possibilitando uma proximidade maior com a rede. Então, espero que perdure, não só as práticas, mas que se desdobre em novos projetos”, desejou ele.
Na sequência, a pediatra e coordenadora adjunta do Projeto de Cuidado Compartilhado Daniela Koeller destacou que esse não é um projeto de pesquisa. “Todo mundo no seu dia a dia pode pensar em como melhorar a sua prática, não precisa ser pesquisador ou cientista, por isso é fundamental conhecer os pacientes para, assim, poder melhor atendê-los”, afirmou ela. Nesse contexto de planejar melhor o cuidado quando se conhece o público, Daniela esclareceu que a equipe do projeto realizou um levantamento no ambulatório de pediatria, entre 13 de agosto de 2018 a 28 de fevereiro de 2019, em que constatou que o IFF/Fiocruz realizou no período 3025 consultas, com em média 1900 pacientes. Destes, 27% possuem nível de complexidade considerado médio e 10% alto e, devido ao Instituto ser o primeiro Centro de Referência de Atenção às Pessoas com Doenças Raras do Estado do Rio de Janeiro, cerca de 38% dos pacientes são de fora do município do Rio de Janeiro. “Participar do projeto está sendo uma experiência interessante para ouvir o lado da família”, ressaltou ela.
No estudo feito pela equipe do projeto para verificar o perfil de crianças e adolescentes com condições crônicas complexas atendidas no IFF/Fiocruz, foi identificado que 58% são do sexo feminino, 46% possuem de 1 a 4 anos de idade e, em sua maioria, com deficiência física e/ou mental. Com isso, a pediatra informou que alguns dos objetivos específicos propõem estabelecer estratégias de cuidado compartilhado, de treinamento das famílias e de segurança do paciente.
Dentre as estratégias metodológicas adotadas, Daniela contou que estão oficinas preparatórias com a equipe, construção de banco de dados, identificação da rede de serviços do território e contato com a equipe de referência, e monitoramento e avaliação contínuos das ações. Como forças do projeto, a pediatra listou a participação da equipe multiprofissional e dos residentes e o interesse em proporcionar atendimento de qualidade aos usuários. Já como oportunidades, a parceria com as áreas programáticas do município do Rio de Janeiro e a criação de linhas de cuidado.
O evento teve 40% do público proveniente de outras instituições, sendo a maior parte de inscritos da categoria da Enfermagem, e abordou no decorrer do workshop temas, como Crianças com condições crônicas complexas: definições e linhas de cuidado, Novos tempos: A assistência à saúde da criança e a formação de residentes frente à criança com condições crônicas complexas de saúde, e Experiências de cuidado.
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