27/07/2020
Fonte: COC/Fiocruz
No ano em que completa 120 anos, a Fiocruz ganha um presente: o Pavilhão Mourisco, conhecido como Castelo, símbolo da instituição e patrimônio cultural da sociedade brasileira começa a passar por obras para a instalação de um novo sistema de ar condicionado e ventilação mecânica. A obra inaugura uma série de intervenções que visam atualizar tecnologicamente e tornar a edificação ainda mais segura para a sua própria preservação, para os trabalhadores e visitantes que a frequentam e os acervos que abriga, como a Biblioteca de Obras Raras do Instituto de Comunicação e Informação em Ciência e Tecnologia (Icict/Fiocruz) e a Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
A obra teve início no último dia 6 de julho com a instalação do canteiro de obra nas imediações da edificação, junto ao jardim lateral e, nesta semana, foram iniciados os serviços nos pavimentos técnicos (quarto e sexto pavimentos) da edificação, com a desmontagem e retirada do atual sistema e seus equipamentos. A conclusão da obra está prevista para maio do próximo ano.
“O sistema atual chegou ao fim de sua vida útil e não consegue mais atender adequadamente as demandas de climatização do Pavilhão Mourisco”, explica o Bruno Sá, arquiteto do Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e fiscal da obra. O arquiteto ressalta também que o conjunto de equipamento e instalações do atual sistema de climatização é um fator de risco para a conservação da edificação, tombada na década de 1980 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), e em consulta prévia para candidatura a patrimônio mundial pela Unesco.
Falhas de isolamento térmico impactam a conservação
Sob supervisão e orientação da COC/Fiocruz, um novo sistema de ar condicionado foi projetado, aliando preservação e inovação tecnológica, de forma a produzir o menor impacto possível à integridade de arquitetura e conjunto de bens integrados, muito presentes no edifício. Além não proporcionar conforto térmico aos usuários e da insuficiência para a climatização da Biblioteca de Obras Raras, um dos principais problemas identificados no sistema atual diz respeito às falhas de isolamento térmico de suas tubulações. A degradação desse sistema incorre na frequente condensação das superfícies das tubulações, provocando gotejamentos, encharcando alvenarias e lajes. “Essa condição provoca danos no edifício e oferece riscos para as áreas de guarda de acervo”, aponta Bruno Sá.
Além da substituição do sistema de climatização, outras obras estão em fase de planejamento e contratação e devem ser executadas até 2021. Entre elas, a instalação de um sistema de detecção e combate a incêndio, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) no âmbito do Preservo, projeto destinado a prover infraestrutura e tecnologias modernas para a guarda e o acesso público do patrimônio da Fiocruz.
Biblioteca de obras raras (Imagem: COC)
Pavilhão Mourisco
O Castelo da Fiocruz foi inaugurado em 1918 para abrigar laboratórios, uma biblioteca, um laboratório fotográfico e o Museu de Patologia. Junto com outras edificações erguidas nas primeiras décadas do século 20 - Pavilhão do Relógio (ou da Peste), Cavalariça, Quinino (ou Pavilhão Figueiredo Vasconcellos), Pombal (ou Biotério para Pequenos Animais), Hospital Evandro Chagas e a Casa de Chá – integra o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm).
Hoje, além de fazer parte do roteiro de visitação histórica da instituição e abrigar acervos diversos em seu interior, esse patrimônio cultural é ocupado pela presidência e vice-presidências da Fiocruz e outras áreas administrativas. Desde 2014, a edificação faz parte do Plano de Requalificação do Nahm, no qual está prevista uma série de intervenções para ampliar o uso da edificação para atividades de educação e divulgação científica, centradas nos temas Fiocruz e as Cidades, Saúde Pública no Brasil, e Acervos Culturais da Saúde.
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