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IFF completa 95 anos e homenageia servidores

Servidores homenageados reunidos

02/05/2019

Por: Irene Kalil (IFF/Fiocruz)

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O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) completou 95 anos de trabalho e histórias neste mês de abril. Para celebrar, a direção do IFF/Fiocruz realizou uma cerimônia, na manhã da última quinta-feira (25/4), no Anfiteatro A do Centro de Estudos Olinto de Oliveira (CEOO). Como eixo central da programação, uma homenagem aos cerca de 200 servidores que se aposentaram ou completaram 30 anos de atuação entre 2018 e 2019.

Representando a Asfoc-SN, o diretor de Administração e Finanças do Sindicato, Alcimar Pereira Batista, saudou os trabalhadores e trabalhadoras do Instituto. “Faço votos de que a expectativa de vida desta instituição seja bem maior do que esses 95 anos de muitas lutas e, certamente, muitas conquistas”, afirmou. Batista leu, ainda, a mensagem enviada pelo diretor da Asfoc-SN, Paulo Garrido, que se encontrava em agenda fora do Rio. No texto, Paulinho parabenizou todos aqueles que contribuem para a vida e saúde das mulheres, crianças e adolescentes, prestando serviços de excelência e participando da construção de um SUS público, gratuito e de qualidade.

Em seguida, o diretor do IFF/Fiocruz, Fábio Russomano, ressaltou o fato de o aniversário da unidade ser um dia de celebração, a despeito das limitações orçamentárias e das ameaças de retrocessos aos direitos civis, sociais e de restrições à liberdade de expressão vividos no país. Russomano lembrou, inclusive, a perda de valorosos colaboradores nos últimos meses em função da iminente perda de direitos relacionados à aposentadoria. Mas pontuou: “É na adversidade que devemos ser mais criativos e críticos. É a oportunidade para revermos nossos processos, identificar a possibilidade de redirecionamento de recursos e investimentos e manutenção das ações essenciais aos nossos usuários”.

Nesse sentido, o diretor do Instituto apontou algumas iniciativas recentes da instituição no sentido de fortalecer sua atuação em âmbito nacional, como o Portal de Boas Práticas, a participação no Apice On e nos estudos envolvendo as crianças com Zika Congênita; no âmbito do ensino, com a qualificação de preceptores e gestores; na atenção à saúde, em projetos que visam à integralidade do cuidado e melhorias na gestão da clínica; e em iniciativas como a consolidação da parceria com a ONG Refazer, que, desde 1995, contribui para a qualidade de vida das crianças e adolescentes atendidas no Instituto. Russomano também apresentou uma síntese do recém-lançado programa Amigos do Figueira, em parceria com o Escritório de Captação de Projetos da Presidência da Fiocruz, que visa apoiar, por meio da criação de uma rede de doadores, projetos e programas como Novos Caminhos, Volta Pra Casa e Humanização Hospitalar, considerados de interesse social.

Dando continuidade à manhã de comemoração, a voluntária do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais (Napec) Neuza Ribeiro, que há 14 anos atua na unidade, fez a leitura do livro “O coração de Corali”, da autora Eliane Ganem, uma alegoria sobre o eterno vazio que as pessoas carregam no coração em busca de sentido, afetos, realização, pequenas e grandes alegrias na vida. Neuza aproveitou a oportunidade para dar o seu depoimento sobre o sentimento de fazer parte da história do IFF/Fiocruz. “Devo muito a esta instituição porque aqui cheguei e recebi um calor humano muito grande e foi onde eu consegui me realizar”, salientou ela.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, fez-se presente à cerimônia por um vídeo (veja abaixo). “Quero aproveitar este momento para ressaltar a importância dos desafios que o Instituto tem diante das políticas nacionais para a saúde da mulher, da criança e do adolescente em todos os seus campos de atuação: pesquisa, inovação, na atenção, que é a razão de ser maior dessa instituição, assim como na educação”, destacou.

Nísia cumprimentou, ainda, a equipe do CEOO pela escolha do tema da Sessão Nobre a ser realizada logo após a celebração do aniversário da unidade. “Sabemos que a adolescência é um dos períodos de vida mais ricos, mas, ao mesmo tempo, mais desafiadores, sobretudo se pensarmos na saúde. Por isso, precisamos enfrentar desafios como o da violência, que é tão bem trabalhado aqui, tanto no âmbito da pesquisa quanto no Núcleo de Apoio aos Profissionais que atendem crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos (NAP). Todo esse trabalho está sendo pensado pela Fiocruz como uma ampla política institucional voltada à melhoria da saúde, do bem-estar, das condições de educação, trabalho e futuro dos adolescentes, sem o que é impossível pensar em uma sociedade mais justa e solidária”, concluiu.

Para culminar as celebrações, Russomano convidou os servidores homenageados na ocasião a darem o seu depoimento. Sandra Maria Rocha, aposentada que ingressou em 1985 na então Neonatologia, agradeceu a todos os diretores que já passaram pelo Instituto, que ela disse considerar sua segunda casa. “Aqui eu criei meus filhos, aqui eu aprendi, tive uma outra família. Estou feliz com a aposentadoria, mas com um gostinho de saudade”, ressaltou. Segundo Cláudio Guilherme, que entrou na unidade como auxiliar de lavanderia, há 30 anos, ele tem dois casamentos: um com a sua esposa, com a qual fará 35 anos, e o outro com o IFF/Fiocruz. “Já tive muitas brigas com a minha esposa por deixar de viajar, de ir a festas para vir trabalhar. Porque tem servidores que vestem a camisa da instituição e estão aqui faça chuva ou faça sol. E eu tenho orgulho de ser parte dessa família”, frisou.

O designer Carlos Bacelar também contou a sua experiência no Instituto. “Quando vim para cá, em 1989, eu não tinha noção da grandeza da Fiocruz. Eu entrei para atuar na Informática, mas tive a oportunidade de começar a desenvolver uma atividade que foi chamada de Editoração. Nesses 30 anos, estive num celeiro de pessoas onde se aprende a cada dia”, resumiu. A pesquisadora Kátia Silveira agradeceu a chance que teve de crescer dentro da instituição. “Eu me apeguei muito às atividades de pesquisa, aos alunos que tive. Essas atividades me fizeram crescer tanto profissionalmente quanto pessoalmente, e isso sabendo que se trabalha num lugar que contribui para a saúde da população. Mesmo tendo passado por vários momentos de crise financeira, o IFF, a Fiocruz, nós, trabalhadores, conseguimos superar”, afirmou, orgulhosa.

Maria Jacqueline de Vicq, aposentada em 2018, embora tenha ingressado somente no concurso de 2006, disse ter se realizado no Instituto. “Mesmo com todas as dificuldades, eu fiz o trabalho que sempre quis desenvolver. Aqui eu fui muito, muito feliz”, afirmou, comovida. Numa última fala, a psicóloga Kátia Nuss leu um texto que escreveu sobre sua ligação com o IFF/Fiocruz intitulado “Meu relacionamento sério”. “Hoje, exatamente 7 de julho de 1989, eu assumia o relacionamento mais sério e duradouro da minha vida. Posso dizer que, antes de selarmos oficialmente a união, já era amor. (...) Em todas as crises, foi com carinho, compromisso e orgulho que vencemos e ficamos mais fortes. O fato é que, ao longo dos anos, ele mudou, e eu, também. Ele se tornou um gigante, tão forte e essencial. Capaz de atravessar muitas fronteiras. É um sucesso conhecido internacionalmente”, descreveu ela sobre seu amado, parceiro com quem completa 30 anos de relacionamento em breve, finalizando um evento de celebração emocionada. Em nome da Direção, os servidores receberam certificados de reconhecimento ao trabalho e dedicação à instituição.

Essa etapa foi encerrada, às 10h30, no pátio do Instituto, com o Parabéns, acompanhado pela Banda do Napec, pelos 95 anos de história de uma unidade que, a cada dia, tem buscado ampliar e aprimorar sua atuação com a missão de promover a saúde de mulheres, crianças e adolescentes e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).

A seguir, a partir das 11h, foi retomada a prática de realização das Sessões Nobres do CEOO, num planejamento conjunto de sua Diretoria e da Coordenação de Desenvolvimento Institucional da unidade. Na oportunidade, os servidores Rachel Niskier e Orly Carvalho ministraram a palestra “Os adolescentes e o IFF: histórias e desafios”. As comemorações se prolongaram por todo o dia com um mutirão de leitura pelos diversos setores, além de números musicais executados por voluntários do Napec, da feirinha de produtos do Novos Caminhos e do brechó do Refazer.

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