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Assexybilidade: evento debate saúde e direitos sexuais de pessoas com deficiência


21/11/2023

Por Danielle Monteiro

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Em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o Comitê Fiocruz pela Inclusão e Acessibilidade da Pessoa com Deficiência e a ENSP vão realizar, no dia 1° de dezembro, de 9h às 16h, no auditório do térreo da Escola, o evento Assexybilidade: diálogos sobre saúde e direitos sexuais das pessoas com deficiência.

“O evento visa não apenas avançar com a campanha de combate à cultura corponormativa, a partir de iniciativas diversas de ARTEVISMO, mas também celebrar a data com uma ação que apresente alternativas e recursos para contribuir com uma sociedade que respeite toda a diversidade humana”, destaca uma das organizadoras do encontro, Laís Costa, pesquisadora da ENSP e membra do Comitê Fiocruz pela Inclusão e Acessibilidade das Pessoas com Deficiência.

Para participar, é preciso se inscrever aqui. O encontro é direcionado a trabalhadores da Fiocruz e movimentos da sociedade civil.

Com uma programação mobilizada pelo ‘artevismo’ de pessoas com deficiência e sem deficiência envolvidas com a causa, o encontro vai promover uma série de debates sobre o tema, além de apresentações artísticas sobre a saúde da pessoa com deficiência.

O fio condutor dos debates será o documentário Assexybilidade, do cineasta Daniel Gonçalves. Ele conta que a ideia de fazer o filme surgiu durante o processo de edição de seu primeiro longa Meu nome é Daniel, no qual o cineasta fala sobre suas primeiras experiências afetivas sexuais: “Conforme fomos gravando as primeiras entrevistas para o filme, ficou muito claro, para nós, o quanto era importante a voz dessas pessoas, pois o senso comum acha que pessoas com deficiência não fazem sexo, são assexuadas e não sentem desejo e não podem ser desejadas. O filme vem muito para quebrar esses diversos tabus e dizer que queremos ter uma vida plena e direitos de saúde sexual respeitados, assim como têm as pessoas sem deficiência”.

Para o cineasta, a discussão sobre o direito à saúde sexual de pessoas com deficiência pode ajudar a quebrar estereótipos e eliminar o capacitismo que ainda persiste em torno do tema. “Falar sobre sexualidade já é tabu e, quando colocamos pessoas com deficiência no meio dessa discussão, esse tabu quadruplica ou quintuplica. Muitas pessoas com deficiência sofrem violência e abuso sexual e ninguém fala disso, principalmente as mulheres, pois elas têm seus direitos sexuais negados por suas famílias, que acham que elas não podem se relacionar, ou por médicos, que acham que não podem engravidar pois não conseguirão dar conta de cuidar de seus filhos”, destaca Daniel. 

Após a exibição do documentário Assexybilidade, haverá roda de conversa com o diretor da obra cinematográfica, assim como outras mesas de discussão sobre a temática e sobre atravessamentos do capacitismo no mundo do trabalho junto a pessoas com deficiência intelectual e os desafios da formação de trabalhadores e da produção de conhecimento, levando em consideração a diversidade humana. Também será apresentado o curta B.U.N.I.T.A.S , que ganhou o Prêmio AMETISTA no Cine Esquema Novo 2018, de Estela Lapponi.

Durante o encontro, o diretor da ENSP, Marco Menezes, e a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Anna Paula Feminella, vão lançar mais um produto da campanha anti-capacitista lançada pelo ministro Silvio de Almeida neste ano, fruto de acordo de cooperação técnica entre a Escola e a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPcD).

Além do diretor da ENSP e do cineasta Daniel Gonçalves, vão compor a mesa de abertura representantes da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), do Programa de Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA), do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e do Comitê Fiocruz pela Inclusão e Acessibilidade da Pessoa com Deficiência.

Na ocasião, será também apresentado o vídeo “Somos 17 milhões” da bailarina e uma das criadoras do espetáculo Tecituras em dança, Fernanda Maciel, além dos cordéis do poeta cordelista Edson Oliveira e uma exposição de xilogravuras do artista Nonato Araújo. As conversas desenhadas do arte-educador Ricardo Wagner, as fotografias de Felippe de Lima Passagem, assim como as ilustrações e posters para a educação popular sobre a saúde da pessoa com deficiência de Janna Brilyantova e as ilustrações de Maria Carolina Reis, também fazem parte da programação.

O Coral Fiocruz também fará uma apresentação bilíngue, em português e em libras.

Os horários e demais detalhes sobre a programação do evento serão disponibilizados em breve.

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