25/10/2024
VPAAPS/Fiocruz
Começou ontem, dia 24 de outubro, o XI Congresso Ibero-Americano de Universidades Promotoras da Saúde na Universidade Federal Fluminense (UFF), com a presença de reitores de diversas universidades do Brasil e membros das Redes de Universidades Promotoras da Saúde de diferentes países ibero-americanos.
Operar a Promoção da Saúde desde as universidades é incorporar no cotidiano das atividades de ensino, pesquisa e extensão a perspectiva do conceito ampliado de saúde, enfocando seus processos de determinação social e investindo em bem-estar, equidade e justiça social para trabalhadores dos campi e para a sociedade. Nesse sentido, é fundamental que a transversalidade da Promoção da Saúde não aconteça somente como “disciplina” dos diversos cursos e carreiras, mas aconteça na gestão e nas políticas educacionais.
Exatamente por isso, XI Congresso da RIUPS, que é presidido pelos professores Drª Vera Saboya e Dr. Aluísio Gomes, adota como tema “Políticas Institucionais Promotoras da Saúde que valorizem a vida”, objetivando “compreender as dificuldades e potencialidades das Universidades frente à construção e implementação de uma Política de Promoção da Saúde no ambiente acadêmico”. Trata-se de pensar os desafios do século XXI para garantir o acesso a educação superior de qualidade, vinculada às transformações sociais e a uma ética colaborativa e solidária, que fortaleçam um projeto social coletivo de bem-viver.
Na Conferência de abertura, intitulada “Um olhar acerca do Movimento Iberoamericano de Universidades Promotoras da Saúde”, o coordenador da Rede Iberoamericana de Universidades Promotoras da Saúde (RIUPS) e professor da Universidade de Porto Rico, Dr. Hiram Arroyo destacou que o Movimento se institucionalizou na América Latina em 2003 e que RIUPS se constituiu em 2007, durante o III Congresso de Universidades Promotoras da Saúde ocorrido no México.
Compreendendo que a educação superior é um espaço e, simultaneamente, uma oportunidade única para a transformação social na medida em que as universidades podem trabalhar pela geração, compartilhamento e implementação de conhecimentos e estratégias para melhorar a saúde e garantir a cidadania da própria comunidade universitária e dos territórios em que se situa, a RIUPS articula redes nacionais em mais de 15 países, as quais envolvem instituições públicas e privadas para a Promoção da Saúde.
No Brasil, a Rede Brasileira de Universidades Promotoras da Saúde, criada em 2016, articula 40 instituições de ensino superior e realizou seu III Encontro Nacional nos dias 21 e 22 de outubro na Biblioteca Parque Estadual, no Rio de Janeiro. Na ocasião, discutiu-se o papel das universidades na construção de uma sociedade mais justa e orientada pela equidade e se lançou o “Selo Rebraups” para o credenciamento e vinculação das universidades ao movimento nacional.
Para a Coordenadora de Promoção da Saúde, que integrará a mesa redonda “Políticas promotoras da saúde nas Instituições de Ensino Superior: condições, perspectivas e desafios” do IX Congresso da RIUPS no dia 25 de outubro, a semana representa uma oportunidade enorme de fortalecimento da Promoção da Saúde no país. “Envolver as universidades para a Promoção da Saúde é uma iniciativa de mais de 20 anos. No entanto, hoje, com a Rebraups, temos um alcance e uma consistência na produção de conhecimento e, principalmente, na reflexão sobre o direito à educação superior pública, inclusiva, democrática e não violenta importantes. É fundamental pensar que para ser uma Universidade Promotora da Saúde nossas instituições precisam de investimentos para melhoria da ambiência, garantia de conectividade, compra e manutenção de equipamentos, ampliação do apoio à entrada e permanência dos discentes dentre outros elementos estruturais e estruturantes. Bem como é necessário cuidar de docentes e trabalhadores em geral, estabelecendo relações de respeito, colaboração e escuta entre todos da comunidade acadêmica. Para transformar a sociedade é necessário que as relações dentro da universidade digam não à violência e abram suas portas para os territórios onde estão”.
Na foto:
Maria Lucia Freitas, professora da EEAN/UFRJ e bolsista da Coordenação de Promoção da Saúde VPAAPS/Fiocruz
Adriana Castro, Coordenadora de Promoção da Saúde VPAAPS/Fiocruz
Gulnar Azevedo, Reitora da UERJ
Alessandra Sant’anna, coordenadora de Assistência em Saúde da Pró-reitoria de Saúde da UERJ.
Larissa Polejack, professora do IP/UnB e coordenadora nacional da Rebraups