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Novas biofábricas do método Wolbachia iniciam atividades no PR


30/07/2024

Alessandro Vieira (WMP Brasil)

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Em apenas uma semana, duas biofábricas do método Wolbachia deram início aos trabalhos no Paraná. As unidades contam com laboratórios e profissionais treinados que desenvolverão as etapas finais do método Wolbachia, com a eclosão de ovos do Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. A iniciativa é uma das principais estratégias e tecnologias na luta contra a dengue, zika e chikungunya. Na segunda-feira (29/7), Foz do Iguaçu recebeu representantes do Governo do Paraná, do Ministério da Saúde, do World Mosquito Program (WMP Brasil), da Prefeitura de Foz do Iguaçu e da Itaipu Binacional. A iniciativa é conduzida no Brasil pela Fiocruz.

A Biofábrica Método Wolbachia de Foz do Iguaçu tem aproximadamente 166 metros quadrados e está situada no bairro Vila Boa Esperança. Está prevista liberação dos mosquitos durante cinco meses, totalizando 26.156.800 wolbitos (1.307.840 por semana). Os bairros contemplados para ação são Caic, Campos do Iguaçu, Cidade Nova, Jardim América, Jardim São Paulo 1, Jardim São Paulo 2, Lagoa Dourada, Morumbi 1, Morumbi 3, Ouro Verde, Portal da Foz, Porto Belo, Profilurb 1, Profilurb 2, São João, Sol De Maio, Três Lagoas, Vila C Nova, Vila C Velha.

Em Londrina, a cerimônia foi realizada terça feira (30/7) e contou com a participação das mesmas instituições. A Biofábrica Método Wolbachia de Londrina tem cerca de 225 metros quadrados e está situada no bairro Jardim São Francisco. A previsão é que de que sejam 58.087.000 mosquitos (2.904.350 por semana). Nas regiões Norte e Sul serão contemplados os bairros de União da Vitória, Califórnia e PIND; na Região Leste, Califórnia, Vila Fraternidade, Antares, Ernani Moura Lima, Abussaf, Lindóia e Ideal; na Região Oeste, Jardim Bandeirantes, Leonor e Olímpico; e na Região Central, Vila Brasil, Vila Recreio, Vila Nova, Shangri-lá e Vila Casoni.

Foz do Iguaçu e Londrina estão dentre os seis municípios selecionados de todo o Brasil nessa nova fase do Método Wolbachia no Brasil. Uberlândia (Minas Gerais), Presidente Prudente (São Paulo), Natal (Rio Grande do Norte) e Joinville (Santa Catarina) também participam do projeto. Para a seleção foram considerados municípios com mais de 100 mil habitantes que são responsáveis pela maior parte dos casos de arboviroses urbanas, o clima da região, o número de casos prováveis de dengue nos últimos dez anos, a incidência de dengue nos últimos cinco anos e a presença de aeroporto. 

O Método

A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em cerca de 50% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.

Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações. O Método Wolbachia é uma medida complementar. A população e o governo devem continuar a fazer todas as ações para o controle da dengue, zika e chikungunya

Programa

O World Mosquito Program é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos. No Brasil, o Wolbachia é conduzido pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde e em parceria com os governos locais.

Esse método foi desenvolvido na Austrália e, atualmente, está presente em mais de 20 cidades de 14 países. Além disso, os dados de monitoramento revelam que os wolbitos estão se estabelecendo em níveis muito positivos nos territórios. Na Austrália, houve redução de 96% nos casos de dengue. Importante ressaltar que os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia não são modificados geneticamente.

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